(dr) Centro Democratico

Miguel Uribe Turbay
Miguel Uribe Turbay é senador e um forte opositor do presidente Gustavo Petro. Suspeito já foi detido e tem 15 anos.
Miguel Uribe Turbay, senador conservador e pré-candidato a presidente da Colômbia, foi baleado.
O ataque decorreu na tarde de sábado, quando discursava num comício num parque da cidade de Fontibon, a oeste de Bogotá. Uribe foi levado em estado grave para um centro médico.
Foi baleado duas vezes, de acordo com a procuradoria, mas os paramédicos da ambulância que o conduziram ao primeiro centro médico especificaram à imprensa local que o político terá sido atingido duas vezes na cabeça e uma vez num joelho.
Uribe Turbay, um forte opositor do presidente Gustavo Petro, começou por ser transportado para a Clínica Medicentro, o centro médico mais próximo do local do atentado, onde recebeu atendimento imediato.
Uma assistente de enfermagem da clínica disse à imprensa local que o estado do senador era extremamente delicado no momento da sua admissão: “Ele estava inconsciente. O seu estado era crítico”, revelou, acrescentando que passaram “45 minutos a reanimá-lo”.
Horas mais tarde, e devido à gravidade dos ferimentos, o senador foi transferido de ambulância para a Fundação Santa Fé, um hospital privado e uma das instituições médicas mais conceituadas do país, localizado no norte da capital colombiana, onde deverá ser submetido a uma cirurgia.
Fontes médicas indicaram que o prognóstico do senador continua reservado.
Suspeito tem 15 anos
A Procuradoria colombiana anunciou que o autor suspeito do atentado é um menor de 15 anos, que foi detido no local com uma arma.
“O atentado contra o pré-candidato do Partido Centro Democrático, que levou dois tiros no corpo e no qual outras duas pessoas também ficaram feridas, ocorreu no bairro Modelia de Fontibón (…) onde um menor de 15 anos foi detido com uma arma de fogo tipo pistola Glock (9 milímetros)”, informou a Procuradoria colombiana.
O presidente da Colômbia cancelou a viagem que faria este sábado a Nice (França) para participar da Cimeira dos Oceanos da ONU, devido ao atentado.
O Governo colombiano anunciou em comunicado que “por razões relacionadas com o atentado perpetrado esta tarde (sábado) contra o senador Miguel Uribe Turbay, foi decidido cancelar a viagem internacional que o Presidente da República, juntamente com vários dos seus ministros, tinha programada para esta noite”.
O Governo sublinhou a gravidade do atentado e a necessidade de o presidente Gustavo Petro permanecer no país.
“A gravidade dos acontecimentos e o compromisso do Governo nacional com a defesa das instituições e a proteção de todos os atores democráticos no país exigem a presença do chefe de Estado e da sua equipa governamental no país”, afirma o texto.
O Presidente cancelou a viagem para “dar prioridade a todas as ações institucionais necessárias para garantir a segurança, esclarecer os factos e reforçar a confiança no Estado de direito”, ainda segundo o comunicado.
Percurso da vítima
O atentado contra Uribe Turbay, membro do partido oposicionista Centro Democrático e um dos pré-candidatos presidenciais mais destacados, está a causar forte comoção política na Colômbia.
Miguel Uribe Turbay é um dos principais pré-candidatos presidenciais da direita para as eleições de 2026.
Aos 39 anos, com uma educação de elite e um apelido que evoca tanto o poder político como as feridas do conflito colombiano, Uribe Turbay vinha a emergir como o rosto da renovação geracional do Uribismo, com cujo líder, o antigo Presidente Álvaro Uribe (2002-2010), não tem relação de parentesco, mas tem muitas afinidades políticas.
Licenciado em direito pela Universidad de los Andes, com mestrados em Políticas Públicas pela mesma instituição e em Administração Pública pela Universidade de Harvard, Uribe Turbay combina o legado da família com uma carreira política própria.
É filho do ex-conselheiro conservador Miguel Uribe Londoño e da jornalista Diana Turbay, assassinada em 1991 durante uma operação de resgate fracassada quando estava sequestrada pelo cartel de Medellín.
É também neto do antigo Presidente Julio César Turbay Ayala, que governou a Colômbia de 1978 a 1982.
O governo colombiano ofereceu uma recompensa de até 3 milhões de pesos (638,7 mil euros) por qualquer informação que leve à captura dos responsáveis pelo que designou como “atentado”.
ZAP // Lusa