A maior parte pertence a organizações internacionais, mas nenhum destes países detém um exército. Uns por terem quem os defenda, outros por quererem um mundo mais pacífico.
Costa Rica foi o primeiro país do mundo a abolir o seu exército, em 1949, depois de uma guerra civil que deu lugar à Junta Fundadora da Segunda República. Foi esta que decidiu acabar com a armada costa-riquenha, com o objetivo de investir esses recursos num maior e melhor desenvolvimento social, segundo recorda a UNESCO.
De acordo com as Nações Unidas, esta abolição permitiu ainda “que a Costa Rica se tornasse um exemplo a nível mundial, de uma nação pacifista e civil, resolvendo conflitos e ameaças externas através dos instrumentos previstos pelo Direito Internacional”.
E, ao longo dos anos, outros países seguiram, entretanto o exemplo — inclusivamente um que pertence à NATO. Alguns até têm forças armadas de paz, por exemplo, mas nenhum possui um verdadeiro corpo de defesa. Quais são?
Europa
Na Europa, só existem alguns exemplos. Entre eles os estados de Andorra, Liechtenstein, Ilhas Faroe, Gronelândia, Mónaco, San Marino e Vaticano. A maior parte destes estados está dependente de outro no que toca a defesa (Andorra depende de França e Espanha, por exemplo, enquanto San Marino tem de ser defendido por Itália).
Mas há uma nação que se destaca entre estas pelo tamanho (à exceção da Gronelândia, que é por pertencer ao Reino da Dinamarca que se encontra nesta lista): a Islândia. neste país nórdico, só existem forças armadas para missões de paz. Não contam com forças de defesa. Mas o país até pertence à NATO. É, portanto, papel dos estados-membros defender a Islândia em caso de ataque.
“O conceito de segurança já não se restringe à defesa territorial; o conceito é muito mais vasto e estende-se à resposta a novos desafios”, lê-se no site do governo islandês.
“Os Estados individuais não conseguirão, por si sós, impedir a proliferação de armas de destruição maciça, o terrorismo, a criminalidade internacional, a degradação ambiental, a segurança financeira, as ciberameaças, o tráfico de seres humanos, o impacto negativo das alterações climáticas, a pobreza e a miséria, nem a ameaça representada pelos Estados frágeis. Estas ameaças globais só podem ser enfrentadas através de uma cooperação internacional ativa“.
América
Na América, há vários países que seguiram o exemplo da vizinha Costa Rica. São eles Aruba, que pertence ao Reino dos Países Baixos e tem de ser defendido por eles, Ilhas Cayman (pertencem ao Reino Unido, ainda que sejam soberanas), Dominica (onde o exército foi abolido em 1981 após duas violentas tentativas de golpe de estado), Ilhas Malvinas (responsabilidade recai sobre o Reino Unido), Granada (também abolido em 1983 após uma invasão norte-americana), tal como o Panamá.
Porto Rico também não tem exército (pertence aos EUA), tal como Santa Lucia, Montserrat, São Vicente e Granadinas, Dominica e São Martinho (pertence ao reino dos Países Baixos).
África, Ásia e Oceânia
Outros países sem exército passam por várias pequenas ilhas no Pacífico, que não têm densidade populacional ou envolvimento político internacional que justifiquem os seus custos. A maioria delas são, aliás, ainda politicamente dependentes de nações europeias ou dos EUA.
São exemplos de nações da Oceânia sem exército as Ilhas Cook, a Polinésia Francesa, Kiribati, Ilhas Marshall, Micronesia, Nova Caledónia, Niue, Palau, Ilhas Salomão, Tuvalu e Vanuatu.
Em África, há apenas um país sem exército: as Maurícias, que nunca o tiveram desde a independência do Reino Unido. Na Ásia, também só a China tem de defender duas regiões administrativas especiais: Honk Kong e Macau.