NASA's Scientific Visualization Studio e NASA DRIVE Science Center for Geospace Storms

Manchas finas de alta densidade de ionização surgiram na camada E depois de uma intensa tempestade solar.
Uma equipa investigou a atividade da tempestade solar que deflagrou este mês na Terra numa região da ionosfera terrestre apelidada de camada E, que se situa na atmosfera superior a cerca de 90 a 120 quilómetros acima do nível do mar.
“A camada E esporádica não foi muito estudada durante a tempestade porque parecia não ser afetada pelas tempestades solares”, afirmou Huixin Liu, que liderou o estudo publicado em abril na Geophysical Research Letters, em comunicado.
“Mas nós queríamos ver se algo tão poderoso como esta tempestade geomagnética fazia alguma coisa com a camada E”, acrescentou Liu. “O que descobrimos foi muito interessante”. E fez-se, de facto, alguma coisa: na ionosfera surgiram de repente manchas finas de alta densidade de ionização — conhecidas como camadas E esporádicas, ou Es esporádicas, para abreviar.
A equipa recolheu a informação com a ajuda da rede conjunta de satélites COSMIC-2 dos EUA e de Taiwan, bem como 37 radares terrestres denominados ionossondas.
“Esta grande quantidade de dados foi fundamental para detetar a presença de E esporádicas e para seguir o local onde se formaram com o passar do tempo”, disse Liu.
Os E começaram por ser esporádicos em latitudes mais altas, mas o fenómeno estendeu-se lentamente em direção ao equador ao longo do tempo. “Essa característica de propagação de latitudes altas para baixas sugere que as camadas E esporádicas são provavelmente causadas por ventos neutros perturbados na região E”, adianta Liu.
“Na nossa análise, descobrimos que as Es esporádicas se formaram após a fase principal da tempestade solar, durante aquilo a que chamamos a fase de recuperação“, acrescentou a investigadora.