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Terceiro dia consecutivo sem comboios e greve da CP já faz parte da campanha eleitoral. Montenegro “chega sempre atrasado”, acusa oposição.
Esta sexta-feira é o terceiro dia consecutivo em que não há comboios a circular devido à greve dos maquinistas da CP – Comboios de Portugal. A adesão é hoje, novamente, de 100%.
“A adesão é de 100%. A greve poderá ainda ter efeitos no dia de amanhã [sábado], mas serão reduzidos. Não há serviços mínimos”, disse à Lusa António Domingues, presidente do Sindicato Nacional dos Maquinistas do Caminho-de-Ferro.
António Domingos adiantou ainda que a partir deste sábado e até quarta-feira (dia 14), os maquinistas vão fazer greve ao trabalho suplementar.
A partir de amanhã, “a paralisação será mais residual. Até dia 14 haverá comboios de certeza”, garante à TSF o mesmo responsável esta manhã. E avisa: este é “um alerta para o primeiro-ministro”.
“Isto, no fundo, é um retrocesso ao 24 de Abril de 1974. Há uma coisa que nem um ex-primeiro-ministro, nem nenhum primeiro-ministro pode calar: é o descontentamento dos trabalhadores. O descontentamento dos trabalhadores está canalizado para o movimento sindical, que cumpre regras instituídas, cumpre a lei, ou se não for canalizado para aí, tende a ser canalizado para movimentos inorgânicos, que é o que acontece, muitas vezes, noutros países”, explica António Domingues, sublinhando que “o descontentamento dos trabalhadores pode resvalar para outras situações”.
“Temos situações concretas: há profissionais neste país que não podem fazer greve e pela facto não fazerem greve, por vezes, tendem a fazer manifestações que resvalam para a ilegalidade”, adianta.
Montenegro “chega sempre atrasado”
Pedro Nuno Santos voltou esta quinta-feira a acusar o Governo de chegar sempre atrasado na resposta às crises, alertando para os riscos de a AD rever o direito à greve ou a legislação laboral e privatizar a saúde e a Segurança Social.
“Quem não consegue lidar com um apagão, quem não consegue lidar com uma greve no INEM ou com uma greve na CP, não consegue lidar com a governação, com crises e com a incerteza”, acusou Pedro Nuno Santos num comício em Castelo Branco.
Perante uma adversidade e “um falhanço do seu Governo e da tutela da CP”, líder do PS considerou que no caso da paralisação dos comboios o que o primeiro-ministro fez foi “ameaçar, chantagear com a alteração da lei da greve”.
“Primeiro revê-se o direito à greve, a seguir revê-se a legislação laboral e a segurança no emprego, depois privatiza-se a saúde e por fim a Segurança Social. E se ainda ainda tiverem a companhia da Iniciativa Liberal ainda é mais rápido”, avisou.
Segundo Pedro Nuno Santos, em matéria de crises, o governo da AD “nunca chega a tempo”. “São mesmo os primeiros a chegar atrasados”, atirou.
“Incoerência”. Montenegro lembra palavras de Pedro Nuno
“Entre os efeitos da greve, o prejuízo que é causado à vida das pessoas e à vida do país. Há uma desproporção enorme e, francamente, nós um dia vamos ter de pôr cobro a isto”, admitiu Luís Montenegro esta quinta-feira.
“Eu até pensava que isto era relativamente consensual e que aqueles que comentaram a minha observação se lembravam do que diziam. Eu já dizia isto quando estava na oposição, foi talvez ingenuidade minha pensar que outros fariam o mesmo”, disse o primeiro-ministro, em reação às palavras de Pedro Nuno.
Em seguida, leu passagens de duas declarações de 2019 Pedro Nuno Santos – sem nunca dizer o seu nome mas o seu cargo à data, de ministro das Infraestruturas -, primeiro numa entrevista à TVI, em abril desse ano.
“Vou ler-vos o seguinte: ‘Devemos com cautela, sem pôr em causa direitos constitucionalmente consagrados, refletir sobre a lei da greve, sobre a organização sindical e sobre o abastecimento das nossas infraestruturas críticas’”, citou, dizendo que ele próprio não foi hoje tão longe.
Montenegro citou ainda outra declaração de Pedro Nuno Santos, em julho do mesmo ano à Lusa, em que manifestou preocupação com greves em períodos eleitorais, dizendo concordar com o que então defendia o ministro, lamentando que hoje o líder do PS o tenha acusado de insulto à democracia.
“Há aqui uma grande dose de incoerência. Eu não sei como é que se pode governar um país com dúvidas, com hesitações, com ziguezagues tão declarados”, acusou, questionando se se deve acreditar no que Pedro Nuno Santos dizia antes ou agora.
Montenegro considerou que é “por estas e por outras” que só a AD garante estabilidade: “É preciso ter estabilidade política e na opinião política”, defendeu.
A ministra da Justiça disse também que o direito à greve está a ser “instrumentalizado por uma campanha política”, rejeitou “coartar o direito à greve”, mas sugeriu uma reflexão e questionou como foi possível não decretar serviços mínimos.
“Nós não temos dogmas e o direito à greve é um direito que é muito valorizado, foi conquistado pelos trabalhadores e deve ser preservado. Agora temos que também pensar quando o direito à greve é instrumentalizado por uma campanha política. Nós estamos à beira de eleições, estamos num Governo de gestão, é muito complicado, e se não impossível, o Governo poder responder a algumas exigências que estão a ser feitas nesta fase”, disse a ministra.
“A forma como está a ser feita, nós não nos podemos deixar de nos inquietar. Quem está hoje a sofrer diariamente, e está a sofrer hoje e nestes últimos dias com o impacto desta greve, não pode deixar de se questionar porque é que isto acontece, porque é que é possível que uma classe de trabalhadores possa paralisar totalmente um país”, disse.
ZAP // Lusa
Só prejudicam quem trabalha e não tem alternativas, ou seja, os trabalhadores mais desfavorecidos. Muitos deles a não ganhar e em risco de despedimento por faltas ao serviço.
E depois vêm pregar doutrinas a favor dos trabalhadores. Deviam ter consciência e um pingo de vergonha.
Sindicalistas profissionais do caos, muitos deles, nas estruturas há dezenas de anos, completamente desfasados do mercado laboral.
Partidos em via de extinção a dar sinais de vida, nada preocupados com os trabalhadores de que tanto falam da boca para fora!
Quem decidiu que não devia haver serviços mínimos concerteza não está a perder dias por não poder apanhar o comboio…
No 24 de Abril de 1974 estes aristocratas da classe trabalhadora não brincavam às greves.
Urge Privatizar, privatizar. privatizar !!!!! A CP já não tem forma de melhorar o cancro está espalhado e a CP está em fase terminal esta empresa publica deve ser extinta ou privatizada. Esta empresa além de ruinosa usufrui de benesses que mais nenhum organismo publico possui criando injustiça entre entidades publicas.
Podem fazer greves, mas… sempre??????