Tornar Hollywood grande novamente. Trump põe filmes estrangeiros a custar o dobro

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Qualquer filme produzido fora dos EUA será taxado a 100% à entrada no país. Um triunfo para Hollywood e um golpe para o resto do mundo.

Trump é fã de Hollywood. É uma indústria “fantástica, mas muito conturbada”, afirmou no momento em que consagrou as estrelas de cinema Jon Voight, Mel Gibson e Sylvester Stallone embaixadores especiais de Hollywood.

“Eles servirão como enviados especiais para mim com o objetivo de trazer Hollywood, que perdeu muitos negócios nos últimos quatro anos para países estrangeiros, de volta — maior, melhor e mais forte do que nunca!”, disse na altura.

Agora, o presidente dos EUA foi mais além para tornar a indústria “mais forte” — vai taxar a 100% os filmes não produzidos no país.

A indústria cinematográfica nos Estados Unidos está a morrer rapidamente“, escreve na Truth Social. “Outros países estão a oferecer todos os tipos de incentivos para atrair os nossos cineastas e estúdios para fora dos Estados Unidos. Hollywood e muitas outras áreas nos EUA estão a ser devastadas. Trata-se de um esforço conjunto de outras nações e, portanto, uma ameaça à segurança nacional“.

Os EUA quebraram em 26% a sua produção cinematográfica, com novos concorrentes como a Austrália, Nova Zelândia, Canadá e Reino Unido. Ainda assim, a indústria continua em alta no panorama global, com 12,80 mil milhões de euros de invewtimento registados em 2022, segundo reporta a BBC.

No entanto, ficou por esclarecer o que é um filme americano, e se também serão taxados filmes, por exemplo, produzidos nos EUA e com realizador estrangeiro — é o caso de dois filmes que constam no top 3 dos recordistas de bilheteira, “Avatar” e “Titanic”, ambos produzidos em Hollywood pelo canadiano James Cameron.

Por outro lado, também não se percebe o que acontece no caso de filmes como Deadpool & Wolverine, Wicked e Gladiator II, produções americanas, mas gravadas no estrangeiro.

A China, que recentemente superou os EUA em volume de bilheteira, tomou já em em abril uma medida semelhante face aos EUA, limitando a quantidade de filmes americanos com permissão para entrar no país.

Para o crítico de cinema Eric Deggans, a medida de Trump não vai apenas prejudicar a indústria estrangeira, mas também a dos EUA. Outros países podem responder com a imposição de tarifas sobre filmes americanos,explica, o que torna “mais difícil para esses filmes obterem lucros no exterior”.

Carolina Bastos Pereira, ZAP //

2 Comments

  1. A esmagadora maioria de filmes que vemos em Portugal (e penso que em muita Europa) é produzida em Hollywood. Proponho uma taxa de 100% (recíproca, portanto) sobre esses filmes. Assim, defende-se a nossa produção cinematrogáfica, os nossos artistas, a nossa cultura – e mostramos ao Trampas que não somos seus vasssalos.

    • Portugal beija o rabo a Trump e a outros (até no acordo ortográfico), veja da nossa última falência que andámos a pagar a banca e a ajoelhar a Merkel e Companhia… que de União (diz-se Europeia) tiveram nada… a própria UE recusou taxar o Bourbon para não ter o Champanhe (França) taxado. Portugal é vassalo da UE e sempre o será. Não se admire que Don Marcelito até tenha ligado ao Trump por causa das tarifas, não me causaria qualquer surpresa.

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