Conservadores dos EUA estarão a tentar influenciar a eleição do Papa com fake news

Vatican Media / EPA

Papa Francisco dirigindo-se aos fiéis na Praça de S. Pedro, no Vaticano, antes da pandemia

O sector conservador dos EUA pode estar a tentar interferir na eleição do próximo Papa, espalhando fake news para tentar prejudicar as hipóteses do Cardeal Parolin, figura próxima de Francisco e um dos favoritos.

Nos últimos dias, surgiram notícias falsas sobre uma alegada doença do Cardeal italiano Pietro Parolin, o Secretário de Estado da Santa Sé que foi o braço direito do Papa Francisco.

A Santa Sé já desmentiu o que são “fake News” que circulavam em vários sites norte-americanos sobre uma alegada doença repentina do Cardeal de 70 anos que é um dos favoritos a sucessor do Papa Francisco.

Os primeiros rumores de doença terão tido origem no site conservador americano Catholicvote.org e acabaram por se espalhar pelas redes sociais, conforme reporta o jornal espanhol El Mundo.

Estas “fake news” teriam como intenção espalhar “a dúvida” quanto ao estado de saúde de Parolin, para pôr em causa uma eventual eleição como Papa. O Cardeal italiano é visto como o sucessor natural de Francisco, e é conhecido como um homem de consensos.

A escolha de Parolin como Papa garantiria a manutenção da linha progressista defendida pelo Papa recentemente falecido, o que não agrada aos conservadores norte-americanos que o consideram “demasiado aberto a reivindicações progressistas“, como sublinha o El Mundo, com base na análise de vários especialistas.

Note-se que há entre os adeptos da linha de Francisco, quem considere Parolin demasiado conservador.

Como vai ser eleito o próximo Papa?

O Conclave, o processo que leva à eleição de um Papa, está marcado para o próximo dia 7 de Maio na Capela Sistina, no Vaticano.

A palavra vem do latim “cum clave”, que significa “fechado à chave”, o que reporta para o facto de os cardeais ficarem isolados durante a votação, sem acesso a telefones ou redes sociais, para garantir a confidencialidade e a imparcialidade do processo.

Apenas cardeais com menos de 80 anos podem votar, e a eleição exige uma maioria de dois terços dos votos.

Nesta altura, vão-se equilibrar as diferentes posições entre os Cardeais com poder de voto – e Parolin até pode surgir como um meio termo, entre a ala conservadora e a ala progressista.

Durante o Conclave, as cédulas onde os cardeais escrevem o nome do candidato que desejam eleger como Papa são depositadas numa urna especial e queimadas após cada rodada de votação.

Se nenhum candidato alcançar a maioria necessária, as cédulas são misturadas com produtos químicos que produzem fumo preto, indicando que ainda não há um novo Papa.

Quando um candidato é eleito, as cédulas queimadas geram fumo branco, sinalizando ao mundo que a Igreja Católica tem um novo líder.

ZAP //

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