ESA recolheu pela primeira vez um objeto fabricado fora da Terra

ESA

Uma peça metálica fabricada inteiramente no Espaço foi entregue aos cientistas da Agência Espacial Europeia (ESA) para estudo. Este avanço marca um antes e um depois na exploração espacial.

Pela primeira vez, a ESA dispõe de uma peça metálica fabricada inteiramente no espaço. O objeto foi criado através de impressão 3D a bordo do módulo Columbus da Estação Espacial Internacional (ISS), o que representa um marco tecnológico com importantes implicações para o futuro das missões espaciais.

A impressora 3D metálica que tornou possível esta conquista foi desenvolvida pela Airbus Defence and Space, em colaboração com a ESA. A sua instalação ficou a cargo do astronauta Andreas Mogensen, que ativou o sistema durante a sua missão. Desde então, foram impressos vários modelos, entre eles uma figura em forma de «S» e duas amostras completas, que já foram devolvidas à Terra.

A fabricação de peças em microgravidade traz desafios específicos. A ausência de gravidade afeta diretamente o comportamento do pó metálico, que deve ser contido e direcionado com extrema precisão. Para isso, a impressora utiliza um laser de alta potência que funde o material camada por camada numa câmara hermética resistente a temperaturas superiores a 1.400 °C.

«A impressão espacial 3D em metal é promissora para apoiar futuras atividades de exploração, mas também para além disso, para contribuir para atividades espaciais mais sustentáveis através da fabricação, reparação e, possivelmente, reciclagem in situ de estruturas espaciais», explicou Tommaso Ghidini, chefe do Departamento de Mecânica da ESA.

Segundo o El Confidencial, graças a esta tecnologia, será possível fabricar ferramentas ou peças de reposição diretamente no Espaço, o que permitiria reduzir drasticamente a dependência de lançamentos da Terra, um fator chave em missões de longa duração, como as projetadas para a Lua ou Marte.

Além de aumentar a autossuficiência, esta inovação abre a porta a novas aplicações, como a construção de infraestruturas orbitais ou a reparação de equipamentos em tempo real. A versatilidade da impressão 3D metálica no espaço também poderia facilitar a aproveitamento de resíduos metálicos gerados durante as missões.

Teresa Oliveira Campos, ZAP //

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