O estudo controverso aponta ainda que o que rio Gihon mencionado na Bíblia corresponde ao Nilo e que as que maravilhas antigas foram um alinhamento com simbolismo espiritual.
Um novo e excêntrico estudo publicado na Archaelogical Discovery está a reacender o debate antigo sobre a localização real do Jardim do Éden bíblico, fazendo a afirmação sensacional de que o Éden se situava no Egito e que a Grande Pirâmide de Gizé é a lendária Árvore da Vida.
A pesquisa foi feita pelo engenheiro informático Konstantin Borisov, que utilizou uma análise computacional, mapas antigos e interpretação bíblica para argumentar que o Éden se situava perto do rio Nilo — tradicionalmente não um dos quatro rios mencionados no Génesis, mas há muito apontado como potencial candidato.
O Livro do Génesis descreve um único rio que flui do Éden e que se divide em quatro: o Tigre, o Eufrates, o Pishon e o Gihon. Enquanto o Tigre e o Eufrates são bem conhecidos, a identidade dos outros dois continua a ser um mistério.
Borisov sugere que Gihon corresponde ao Nilo e baseia-se em reconstruções de mapas antigos, como o Mappa Mundi de Hecateu, datado de cerca de 500 a.C., que, segundo o autor, retrata quatro rios — o Nilo, o Tigre, o Eufrates e o Indo — que emergem de um “Oceanus” circundante, interpretado como um “rio do céu” simbólico. O cientista propõe mesmo uma ligação entre este rio mítico e a aurora boreal, um fenómeno de luz celestial, refere o IFLScience.
O polémico estudo vai mais longe ao propor que maravilhas antigas como Machu Picchu, Ur e as linhas de Nazca formam um alinhamento global, apelidado de “Alinhamento Pré-histórico das Maravilhas do Mundo”, que ele acredita ter um significado espiritual e ligado à ideia de um rio do céu.
Na afirmação talvez mais dramática, Borisov afirma que a Grande Pirâmide de Gizé é a Árvore da Vida. Baseando-se em simulações de luz da Câmara do Rei, o autor sugere que os padrões refletidos se assemelham a uma árvore brilhante, tornando a pirâmide o centro literal e simbólico do Éden.
Embora o estudo seja rico em interpretações mitológicas e ligações criativas, falta-lhe a base empírica necessária para uma aceitação académica séria. Há muito que os especialistas alertam para as teorias pseudo-arqueológicas que se baseiam em associações especulativas ou simbólicas em vez de dados verificáveis.