/

Enviar mensagens proibidas em regimes opressivos? O ChatGPT pode ajudar

Os chatbots podem ajudar milhares de pessoas a comunicar entre si sem interceção de regimes ditatoriais. Pode a tecnologia revolucionar não só a democracia como também a falta dela?

Se vivesse num regime ditatorial, provavelmente gostaria de poder comunicar livremente sem que o seu governo descobrisse as suas mensagens secretas, certo?

No período português cujo fim se celebrou esta sexta feira, “até as paredes tinham ouvidos”. Mas escrever por símbolos encriptados num ecrã estava ainda muito longe de ser uma realidade. As ditaduras persistem em vários países do mundo, e o ChatGPT pode ajudar muitas pessoas a comunicarem sem serem intercetadas.

Neste chatbot, quando as mensagens são encriptadas para uma transmissão segura, o texto cifrado resultante — uma sequência de caracteres distorcidos —  sobressai, explica a New Scientist.

Agora, Mayank Raikwar, da Universidade de Oslo, na Noruega, e os seus colegas quiseram verificar se esta possibilidade é real. Criaram, assim, um sistema que permite inserir mensagens encriptadas em chats com uma aparência plausível, criados por um modelo de linguagem grande (LLM) como o ChatGPT.

Os autores do estudo, disponível no repositório online arXiv, pediram ao chatbot para inserir o caracter seguinte de uma mensagem encriptada em intervalos regulares no texto gerado.

Deste modo, a IA escolhe a palavra seguinte numa frase com base não só no facto de fazer sentido no contexto, mas também para que o caracter encriptado seguinte da mensagem secreta apareça no local correto da frase.

“Um bisbilhoteiro não seria capaz de perceber se há uma mensagem escondida ou não”, explica Raikwar. “Pode haver problemas se começar a fazê-lo — é apenas uma teoria. Mas seria bom ver se funciona de facto”.

“Embora os canais secretos existam há séculos, dificilmente são utilizados na prática, uma vez que existem normalmente melhores formas de transmitir informações secretas”, comenta o investigador Bill Buchanan. “É de supor que alguém que quisesse utilizar este tipo de método estaria a ser vigiado”.

ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.