Um material aerodinâmico que imita a pele de tubarão vai ajudar os aviões a voar mais longe, gastando menos combustível. Outra notícia boa é que esta técnica pode ser posta em prática nos aviões já existentes.
Um material com ranhuras microscópicas que imitam as da pele de tubarão poderá ajudar qualquer tipo de avião a poupar combustível e a reduzir as emissões de carbono.
Sejam aviões comerciais, jatos supersónicos ou aviões militares este material, que foi desenvolvido pela empresa aeroespacial australiana MicroTau, dá para aplicar a qualquer avião.
As simulações em computador sugerem que os aviões comerciais podem poupar no consumo de combustível se os adesivos forem aplicados numa parte suficiente do avião.
“Podemos obter 4% ou mesmo um pouco mais em condições de cruzeiro, mas isso dependerá, em última análise, da quantidade de cobertura, do tipo de aeronave e das condições de funcionamento”, disse à New Scientist um porta-voz da MicroTau.
Exército dos EUA testa “pele de tubarão”
Como escreve a New Scientist, o exército dos EUA já completou quatro dos seis voos de teste planeados com o material de pele de tubarão aplicado a um avião de transporte Lockheed Martin C-130J Super Hercules.
“Esta capacidade de otimizar as nossas estruturas antigas permite-nos poupar potencialmente milhões de dólares em custos de combustível e aumentar o alcance dos aviões”, disse à revista Roberto Guerrero da Força Aérea dos EUA.
O material da MicroTau também voou a bordo de um jato supersónico experimental desenvolvido pela Boom Supersonic, uma empresa americana que quer trazer de volta as viagens aéreas comerciais supersónicas.
Os adesivos de pele de tubarão foram aplicados no fundo do protótipo do avião XB-1 durante meia dúzia de voos de teste, incluindo dois em que atingiu velocidades supersónicas. Os adesivos mantiveram-se firmes no avião, mesmo quando este viajava a Mach 1,18, ou seja, a cerca de 1460 quilómetros por hora.
Um porta-voz da Boom Supersonic disse, na altura, que os adesivos “sobreviveram confortavelmente a estas condições sem qualquer degradação observável”.
A Delta Air Lines, com sede nos EUA, e a Jetstar Airways, com sede na Austrália, também querem testar a tecnologia nos seus jatos de passageiros Boeing 737 e Airbus A320, respetivamente. A Delta está a ajudar a MicroTau a fazer os primeiros testes em terra antes de o material ser certificado para futuros testes de voo.