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O segredo para baterias mais seguras e mais baratas nasceu em 1935 e está no seu armário

O nylon, polímero tipicamente encontrado em tecidos, pode melhorar o desempenho das baterias de lítio-metal, que são vistas como mais densas energeticamente do que as de iões de lítio.

Um material normalmente utilizado no vestuário pode melhorar o desempenho das baterias de lítio-metal, de acordo com dois estudos recentemente publicados nas revistas ACS Energy Letters e Energy & Environmental Science.

Segundo concluem os autores dos dois estudos, o nylon poderá trazer-nos a baterias mais seguras, mais eficientes e mais baratas.

Conhecidas pela sua maior densidade energética superior — em comparação com as baterias de iões de lítio, mais comuns, que são amplamente utilizadas em dispositivos como smartphones e computadores portáteis — as baterias de lítio-metal são no entanto ainda muito dependentes de materiais perigosos e vítimas de reações que afetam o seu desempenho a longo prazo.

O estudo centrou-se na melhoria da estabilidade destas baterias, com o nylon a fazer de aditivo. O polímero, tipicamente encontrado em tecidos, dissolve-se numa solução suave de lítio, servindo como agente estabilizador para baterias de lítio-metal, segundo a Universidade de Ciência e Tecnologia King Abdullah (KAUST).

As baterias com aditivos de nylon apresentaram menos reações parasitas, maior tempo de vida e melhor eficiência no geral. Ao estudar a interação entre o nylon e o lítio a nível molecular, a equipa descobriu que o nylon pode dissolver-se em solventes menos agressivos do que se pensava.

Historicamente, polímeros como o nylon têm sido difíceis de dissolver nos eletrólitos utilizados nas baterias de lítio, mas a equipa terá conseguido modificar a estrutura de solvatação para obter um melhor desempenho, segundo o SciTechDaily.

“Tanto o cátodo como a matriz de poliamida dos eletrólitos são recicláveis, o que aumenta consideravelmente a sustentabilidade. Este trabalho oferece novos caminhos para electrólitos de polímeros de alta tensão e química inovadora para regenerar [nylon]”, diz o estudo.

O nylon, patenteado em 1935, foi o primeiro polímero sintético produzido a partir de fontes petroquímicas, em vez de derivado de recursos naturais.

A durabilidade e resistência do material e a sua versatilidade — podia ser moldado em fibras, filmes, plásticos e outros formatos, podendo assim ser aplicado a vários produtos — fizeram do nylon um material revolucionário, especialmente na indústria de vestuário. Também é mais fácil de lavar, e mais barato.

ZAP //

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