O que os jovens portugueses querem no trabalho (e as 3 empresas favoritas)

O salário médio esperado dos estudantes prestes a entrar no mercado de trabalho é de 1.303 euros por mês, mas o dinheiro não é tudo: os jovens portugueses valorizam cada vez mais a flexibilidade no emprego e as oportunidades de crescimento.

Bons salários, flexibilidade e oportunidade de crescimento? Os jovens portugueses sabem bem o que querem.

O estudo Empresas Mais Incríveis de Portugal 2024 (EMIP 2024), divulgado esta quarta-feira, revelou as empresas mais desejadas pelos estudantes e recém-licenciados portugueses e os principais fatores que influenciam as suas escolhas profissionais.

As empresas de tecnologia (36%), do ramo automóvel (13%) e consultoria (13%) são as mais desejadas no começo de carreira.

Já a banca e os seguros caem para os últimos lugares, com apenas 4% de preferência – revela o estudo conduzido pela Magma Studio.

Google, Microsoft e Deloitte são as favoritas

O ranking global do EMIP 2024 coloca a Google, Microsoft e Deloitte no topo das empresas mais desejadas pelos jovens portugueses.

Seguem-se a BMW Group, Mercedes-Benz e EDP.

No setor da consultoria, além da Deloitte, a PwC e a KPMG são as empresas que dominam. Já no setor tecnológico a Apple junta-se à Google, Microsoft nas opções mais cobiçadas.

O estudo revela ainda que os recém-licenciados esperam auferir, à entrada, um salário médio líquido de 1.303 euros por mês.

Mas o dinheiro não é tudo para os jovens

“As empresas que querem captar e reter talento precisam de perceber que os jovens não se movem só por salários”, nota Miguel Gonçalves, CEO da Magma Studio.

Querem aprender, crescer e sentir que o seu trabalho faz a diferença. Se uma empresa não lhes der isso, alguma o fará”, afirma.

A flexibilidade dos modelos de trabalho é um dos fatores mais importantes apontados pelos 6.558 jovens inquiridos, com o equilíbrio entre vida pessoal e profissional a surgir como prioridade.

Neste indicador, 77% dos jovens querem um modelo de trabalho híbrido e apenas 16% preferem o presencial.

“Os jovens não querem apenas um salário competitivo. Querem flexibilidade, desafios e uma cultura que os faça sentir parte de algo maior. As empresas que não perceberem isto vão perder os melhores talentos”, acrescenta Miguel Gonçalves.

As oportunidades de crescimento na empresa são também tidas como essenciais para a escolha e/ou permanência nas empresas.

A falta de crescimento e aprendizagem são apontadas por 26% dos inquiridos como motivo para procurarem outras oportunidades, seguindo-se melhor oferta financeira (24%) e incompatibilidade com a cultura da empresa (11%).

Quais são os principais medos dos jovens?

O estudo também indica os principais receios dos jovens na inserção no mercado de trabalho.

Em primeiro lugar, referem receio de não gostarem do que fazem (19%). Depois apontam o ambiente de trabalho não corresponder às expectativas (19%) ou o medo de cometer erros e falhar (14%).

Relativamente às preocupações sociais da geração que agora entra no mercado de trabalho, o custo de vida (31%) assume maior preponderância, mas também a saúde mental da geração (22%) e a situação de desemprego (15%).

Novas gerações pensam de forma diferente

Como escreve a Magma Studio, em comunicado enviado ao ZAP, o EMIP 2024 revela uma mudança nas expectativas e prioridades das novas gerações.

A grande conclusão deste estudo é que “as empresas que quiserem conquistar os melhores talentos terão de oferecer desenvolvimento profissional, flexibilidade e uma cultura organizacional forte“, aponta a consultora de gestão de talento.

Miguel Esteves, ZAP //

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