Uma investigação da Universidade da Beira Interior (UBI), na Covilhã, indica que a cafeína pode influenciar a produção de espermatozoides, desde que em doses baixas ou moderadas, anunciou aquela universidade.
O investigador responsável pelo estudo, Pedro Oliveira, explica tratar-se de um “estudo preliminar que não permite estabelecer as doses específicas de cafeína que um adulto deve consumir”, mas também salienta que “os resultados obtidos sugerem que a ingestão de uma dose diária de cafeína, correspondente a três ou quatro cafés ou cinco ou seis chávenas de chá, parece não ter efeitos negativos sobre as células de Sertoli” e, melhor, “parece ter efeitos promotores sobre o funcionamento metabólico das células“.
“Os resultados indicam que a cafeína altera o metabolismo das células de Sertoli, as quais apoiam o desenvolvimento dos espermatozoides”, explica igualmente Pedro Oliveira, citado em nota de imprensa enviada pela UBI.
Em resumo, embora seja necessário o desenvolvimento de “mais estudos para esclarecer a dose de cafeína que pode ser benéfica ou prejudicial para a função das células de Sertoli, os resultados sugerem que o consumo moderado parece seguro para a saúde reprodutiva masculina e promove condições para o desenvolvimento e sobrevivência dos espermatozóides”, acrescenta.
A investigação está a ser realizada no Centro de Investigação em Ciências da Saúde da UBI, e foi recentemente publicada na revista cientifica Toxicology.
Segundo o estudo, “em doses baixas ou moderadas, o composto provoca que estas células produzam lactato, um elemento essencial para a espermatogénese acontecer”.
“No entanto, quando a quantidade de cafeína é muito elevada, o efeito pode ser o contrário por uma oxidação maior das células”.
A investigação foi realizada in vitro com células de Sertoli humanas provenientes de biopsias testiculares.
“Os investigadores aplicaram a estas células três doses diferentes de cafeína para imitar as concentrações observadas em consumidores pontuais, moderados e compulsivos de bebidas ricas em cafeína, tais como café, chá verde e chá preto”, está especificado.
Os cientistas julgam que estas experiências são um bom modelo para compreender o que realmente acontece no corpo, considerando que as células de Sertoli são essenciais para a fertilidade masculina, já que definem a quantidade de espermatozoides que se formarão.
Deste modo, e considerando que “há outros alimentos e bebidas que contêm uma boa dose de cafeína, tais como cacau e alguns refrigerantes de cola, e que os resultados também indicam que doses elevadas deste composto interferem com o funcionamento das células, conduzindo a uma deterioração da fertilidade masculina”, os cientistas acham relevante continuar-se a estudar os efeitos de outras doses de cafeína.
/Lusa
Apesar de ser apenas um estudo preliminar, posso indicar que no meu caso, apesar de consumir 4/5 cafés pordia, a minha quantidade de esperma é considerada baixa (11-13 milhões) dependendo do exame realizado.