Previsões da Agência Internacional de Energia (AIE). Preços da eletricidade também podem ser afetados.
Os preços do gás natural na Europa já subiram 18% no último trimestre do ano que terminou e podem disparar cerca de 30% em 2025, de acordo com previsões da Agência Internacional de Energia (AIE).
A escalada dos preços deve-se maioritariamente a uma combinação de três fatores: elevada procura, dependência de importações e incerteza geopolítica.
Este mês, o preço do gás nos mercados grossistas europeus ultrapassou os 51 euros por megawatt-hora (MWh), o valor mais alto dos últimos 15 meses. Na Península Ibérica, o Mibgás indicava um preço de 47 euros por MWh para Portugal e Espanha, segundo o Jornal de Negócios.
O aumento dos preços do gás tem impacto direto nos custos energéticos das indústrias, sendo uma preocupação constante para os empresários. Os preços da eletricidade também podem ser afetados, dependendo da disponibilidade das fontes renováveis.
Apesar do aumento dos preços, Portugal tem uma ligeira vantagem competitiva em relação à média da União Europeia, com custos 16% mais baixos para as indústrias nacionais. No entanto, quando comparado com Espanha, as empresas portuguesas pagam em média 14% mais pelo gás, o que pode prejudicar a competitividade no mercado ibérico.
A Europa continua dependente da importação de gás natural liquefeito (GNL), especialmente dos Estados Unidos, que atualmente fornecem 47% do gás importado pelo continente. Mas as exportações americanas para a Europa podem ser comprometidas devido ao rigoroso inverno nos EUA, reduzindo a disponibilidade de GNL.
Além disso, o fornecimento de gás russo através de gasodutos continua a diminuir, obrigando a Europa a importar 100 cargas adicionais de GNL em 2025, o que representa um custo adicional de 5,8 mil milhões de euros. Mas apesar das sanções, a UE continua a importar GNL da Rússia, que em 2024 representou 33,3% das compras europeias.
O novo presidente norte-americano Donald Trump prometeu assegurar o fornecimento de GNL à Europa e pressionar os países europeus a comprarem mais gás dos EUA para reduzir os preços. Mas também tem vindo a ameaçar com tarifas caso não haja adesão à sua estratégia.