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Investir raramente dá perdas; os portugueses são “extremamente nacionalistas” no vinho

Explicações curiosas de Tiago Stattmiller, director de investimento da Oeno. A valorização de um vinho depende da escassez no mercado.

“Muitas pessoas têm dinheiro parado no banco, que infelizmente não rende retornos significativos”.

Investir em vinhos de luxo é uma excelente opção de diversificação, neste mercado que tem vindo a valorizar entre 10% e 15% ao ano, com um risco muito baixo“.

As palavras são de Tiago Stattmiller, director de investimento da Oeno Group – Portugal, no Jornal de Negócios, no ano passado.

O grupo Oneo, mais precisamente a OenoFuture, é especializado em investimentos em vinhos finos.

Apesar dos números atractivos, em Portugal não há propriamente uma tradição de investimento em vinhos.

Um vinho fino, ou de luxo, tem outras características, de alta qualidade, e melhoram ao longo do tempo; e têm muita procura no mercado secundário.

No entanto, são um nicho: 1% do mercado global anual de vinhos.

O aquecimento global deve dificultar, ano após ano, o surgimento de novos vinhos de luxo. Por isso, quem já investiu, deve ver o seu produto valorizar cada vez mais.

A valorização de um vinho depende directamente da escassez no mercado. E aqui isso será ainda mais evidente.

O investimento em vinho de luxo raramente dá perdas; mas, para ter um lucro “a sério”, poderá ser preciso esperar muitos anos. Quanto mais tempo se fica no mercado, maior será a rentabilidade, em princípio.

O foco é a rentabilidade a médio prazo e a longo prazo. Depois, depende da filosofia de investimento: “Há pessoas que me dizem: ‘Enquanto o vinho não dobrar o valor, não quero ouvir falar de vendas; outras ficam satisfeitas com 25% ou 35% de valorização”, contou o mesmo Tiago Stattmiller, agora na RTP.

Garantindo que este investimento é um “porto seguro”, o mercado português tem crescido de forma visível na Oneo.

E há um aspecto relevante: os portugueses são nacionalistas nesse assunto. “Cada vez que tenho um vinho português, vai num ápice. Envio um e-mail e o vinho português desaparece em dois dias. Não chega a dois dias. Tudo o que compramos de vinhos portugueses, desaparece tudo em dois dias“.

“Normalmente o português não é muito nacionalista mas, no que diz respeito a vinhos, é exactamente o contrário: é extremamente nacionalista“, finaliza o director de investimento.

ZAP //

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