Antecipando a receção de uma carta da Comissão Europeia em que são discriminadas todas as infrações da Google, a empresa norte-americana decidiu escrever uma declaração onde defende a sua posição. A tecnológica discorda fortemente das acusações de que é alvo mas não revela que ações irá tomar.
A partir do momento em que a carta de objeções chegue às mãos da Google, a empresa terá dez semanas para responder e ainda a possibilidade de pedir uma audiência para julgar o assunto. No entanto, talvez como medida de contenção devido a todas as histórias e opiniões que surgem nos meios de comunicação social, a Google emitiu um comunicado onde explica o seu lado da questão.
Tendo em conta que o principal pilar da queixa formal da Comissão Europeia parte da crença de que o mercado tem sido fortemente afetado devido a políticas desfavoráveis à concorrência por parte da Google, a tecnológica pega precisamente nesse ponto para construir a sua defesa.
De acordo com Amit Singhal, senior vice presidente da Google Search, numa declaração, “enquanto o Google pode ser o motor de busca mais utilizado, as pessoas podem, agora, encontrar e aceder a informações através de numerosas formas diferentes”.
Margrethe Vestager, a comissária europeia que tem dado a cara por esta queixa, acusa a empresa norte-americana de incluir nos resultados das pesquisas indicações para as próprias aplicações, ferramentas ou serviços de venda do Google e que essa estratégia cai no âmbito da concorrência desleal.
Contudo, Singhal lembra algumas das principais empresas do setor, muitas delas fazendo parte do grupo de queixosos, e revela que todas têm apresentado um crescimento significativo nos seus resultados financeiros e nos números de tráfego e visitas.
Nesta declaração, o executivo afirma que a Yelp apresentou um crescimento de 350 por cento, nos últimos quatro anos, tornando-se num dos casos mais flagrantes. Mas também a Expedia viu as suas receitas crescerem 67 por cento.
Quanto ao TripAdvisor, Singhal refere que a própria empresa tem se auto-proclamado como a maior marca de viagens na Internet e que quase duplicou a receita nos últimos quatro anos.
Posto isto, a Google afirma que é evidente que o mercado é competitivo e que nenhuma empresa terá sido lesada por nenhuma política da empresa de Mountain View. É por isso que “discordam respeitosamente mas fortemente da necessidade de emitir uma Declaração de Objeções“.
Ainda assim, Amit Singhal não deixa claro quais os próximos passos da Google e se optará por um acordo ou por levar o caso a tribunal.
Filipa Almeida, B!T
Lembra os ‘default’ do SO da Microsoft… Em portugal a cartelização dos combustíveis…
Assim continua uma Europa por demais redutora do avanço.