Todos os anos, Portugal transforma-se num refúgio para várias espécies que fogem às condições rigorosas das suas áreas de reprodução no Norte e Centro da Europa. Eis seis exemplos de “turistas” de inverno.
Entre aves e animais marinhos, o nosso país oferece um ambiente propício para estas espécies se protegerem do frio e encontrarem alimento.
O National Geographic apresenta seis exemplos emblemáticos de “turistas” de inverno em Portugal.
Abibe
O abibe (Vanellus vanellus), também conhecido como “ave-fria“, é uma das aves que mais caracteriza o inverno em Portugal. Provenientes de regiões mais frias, como o Norte e Centro da Europa, estas aves formam grandes bandos que ocupam zonas húmidas e campos agrícolas.
Embora a espécie seja essencialmente invernante, já foram registadas nidificações pontuais no país, mas nunca em grandes números.
Milhafre-real
Esta rapina, facilmente confundida com o milhafre-preto, esta espécie é um visitante habitual das áreas agrícolas durante o inverno.
Reconhecível pelas suas cores vivas e contrastantes, o milhafre-real (Milvus migrans) é avistado principalmente no interior do país e, ocasionalmente, na costa durante a migração outonal.
A população nidificante em Portugal é restrita ao interior norte, mas os invernantes são mais amplamente distribuídos, nota o National Geographic.
Tubarão-frade
Apesar do seu tamanho impressionante, que pode atingir oito metros de comprimento, o tubarão-frade (Cetorhinus maximus) é inofensivo, alimentando-se exclusivamente de plâncton.
Estudos demonstram que este gigante marinho migra do Mar do Norte e da costa da Irlanda para as águas portuguesas durante o inverno. Uma presença única e fascinante nas nossas costas.
Águia-pesqueira
Extinta como nidificante em Portugal durante décadas, a águia-pesqueira (Pandion haliaetus) voltou recentemente a reproduzir-se no país. Contudo, nunca deixou de ser um visitante invernal regular.
Com um porte impressionante e uma plumagem contrastante, é avistada em várias regiões de Portugal durante esta estação. Um censo recente estima que cerca de 188 indivíduos invernantes frequentem o território nacional.
Garça-branca-grande
A garça-branca-grande (Ardea alba) era uma raridade no passado, mas tornou-se uma presença regular em Portugal nos meses de inverno.
Diferenciando-se da garça-branca-pequena pelo tamanho e pelo bico amarelo, esta ave é mais comum nas zonas do Tejo e do Sado, embora possa ser encontrada em várias regiões do país, especialmente no centro.
Grou
O grou (Grus grus) é uma das espécies invernantes mais emblemáticas, com o seu voo ruidoso e impressionante entre áreas de alimentação e dormitórios.
Provenientes de latitudes mais altas, chegam a Portugal entre Outubro e Novembro. Com uma distribuição limitada a quatro núcleos no Alentejo, é possível avistar até 10 mil grous durante o inverno.