Os EUA apresentaram um quadro com novas regras para a exportação de tecnologias de inteligência artificial para facilitar as vendas a aliados e impedir os “concorrentes” de terem acesso às inovações. Portugal está na lista negra.
Em outubro de 2023, já tinham sido anunciadas novas restrições à exportação dos chips (processadores) mais potentes para a China, incluindo componentes utilizados para IA, para impedir a sua utilização por Pequim para fins militares.
Alegando questões de segurança, as novas regras introduzidas esta segunda-feira visam dificultar que os concorrentes dos EUA escapem aos controlos de exportação “através de contrabando e ligações remotas”, explicou o conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, citado pela Lusa.
Neste quadro, Washington quer impor novas autorizações para exportações e transferências de chips informáticos sofisticados para uma lista alargada de países, com uma série de exceções para países aliados, principalmente quando se trata de volumes limitados, em resposta a necessidades das universidades, por exemplo.
A segunda regra reforça os controlos sobre a difusão de parâmetros dos modelos de IA generativa mais avançados. As medidas vão entrar em vigor dentro de 120 dias para “dar tempo à nova administração” de Donald Trump de fazer as alterações que pretender.
A Casa Branca disse que as restrições não se aplicarão a 18 aliados e parceiros importantes, principalmente Canadá, Alemanha, Reino Unido e Taiwan, mas deixa a maioria dos países numa lista negra, incluindo Brasil, Israel, México, Portugal, Singapura e Arábia Saudita, mas também os mais óbvios a China, Rússia, Irão e Coreia do Norte.
De acordo com uma nota da Casa Branca, estes países poderão comprar o equivalente a 50.000 processadores GPU avançados cada, um limite definido para “garantir que a tecnologia americana está disponível para servir governos estrangeiros, prestadores de cuidados de saúde e outros negócios locais”.
UE não entende onde está o risco
A Comissão Europeia manifestou, esta segunda-feira, preocupação com as novas restrições impostas pelos EUA à exportação de chips para alguns Estados-membros da União Europeia (UE).
A vice-presidente para a Soberania Tecnológica, Henna Virkkunen, e o comissário do Comércio, Maros Sefcovic, sublinharam que “é do interesse económico e de segurança dos EUA que a UE compre chips avançados de IA dos EUA sem limitações”. “Cooperamos estreitamente, particularmente na área da segurança, e representamos uma oportunidade económica para os EUA, não um risco para a segurança“, sublinharam.
Virkkunen e Sefcovic garantiram que já partilharam as suas preocupações com a atual administração norte-americana do democrata Joe Biden e que esperam “colaborar construtivamente” com a nova administração republicana de Donald Trump, que tomará posse em 20 de janeiro.
“Estamos confiantes de que podemos encontrar uma forma de manter uma cadeia de abastecimento transatlântica segura para a tecnologia de IA e supercomputadores, para benefício das nossas empresas e cidadãos de ambos os lados do Atlântico”, concluíram.
A China também já criticou estas novas normas de exportação norte-americanas sobre IA considerando-as “uma violação flagrante” das regras do comércio internacional.
ZAP // Lusa
Normal Portugal estar na lista negra…. somos uns vendidos ao Xi e companhia
Parece-me que os americanos não compreendem bem o conceito de Espaço Económico Europeu.
A UE como não quer inovar, fica à espera de esmola americana… Onde está o investimento nesta área? Preferem andar a armar-se em ricos que podem comprar tudo e a investir em terceiros géneros… depois acontece como no COVID vinha tudo da China. Sempre a depender dos outros em tudo… agora Portugal na lista negra pode começar por deixar de baixar as calças aos americanos.