Um músico e empresário norte-americano escondeu cinco baús com preciosidades e lançou uma verdadeira caça ao tesouro. As arcas contêm objetos valiosos, como uma bitcoin Casascius, uma esmeralda colombiana e cartas raras de Pokémon.
Quando era criança, Jon Collins-Black, músico que se tornou empresário na Califórnia e fez fortuna com os primeiros investimentos em bitcoins, sonhava encontrar o seu próprio tesouro.
Durante a pandemia de COVID-19, talvez aborrecido com os confinamentos, decidiu partilhar uma parte da sua riqueza de forma… divertida.
Nestes últimos cinco anos, o empresário dedicou-se a planear uma verdadeira caça ao tesouro. Recentemente, escondeu cinco caixas com objetos preciosos, espalhadas pelos Estados Unidos, e escreveu um livro com pistas para as encontrar.
Collins-Black espera agora que os caçadores de tesouros partam à aventura e desfrutem da sua viagem.
Segundo adiantou o empresário ao Business Insider, há cinco baús — uma caixa grande e quatro mais pequenas — escondidos nos EUA.
Nenhum dos baús foi enterrado ou colocado em terrenos privados — estão todos acessíveis, a menos de 5 km de uma estrada pública — e para chegar às caixas não é necessário fazer quaisquer acrobacias perigosas.
Collins-Black escreveu todas as pistas necessárias para encontrar os baús do tesouro num livro chamado “There’s Treasure Inside“. Para encontrar as pistas no texto é necessária uma leitura atenta e uma mente afiada, mas aberta, diz o empresário.
A maior parte das peças do tesouro foram adquiridas por Collins-Black nos últimos cinco anos, em leilões e antiquários.
Os objetos preciosos incluem uma esmeralda verde colombiana, uma carta de Pokémon Shining Charizard de 2002, antiguidades de um navio naufragado, o copo de gelatina de George Washington e uma bitcoin Casascius — a primeira bitcoin física alguma vez criada
Collins-Black contou ao Insider que tinha um “orçamento livre” para o valor do tesouro. Com base no preço que pagou pelos objetos, estima que o seu valor total se situe entre os 2 e 3 milhões de dólares, mas a flutuação frequente da cotação de bens colecionáveis e das bitcoins pode alterar o valor dos baús.
“Na verdade, eu estava a tentar descobrir qual seria o ponto de equilíbrio para fazer isto sem o tornar demasiado grande“, disse Collins. “Não queria que as pessoas ficassem demasiado loucas“.
Os cinco baús são também caixas de puzzles, explica Collins-Black, mas têm instruções sobre a forma de os abrir — para que caçadores de tesouros que os encontrem não tenham de os destruir.
Só o músico sabe onde estão os baús, que ele próprio escondeu em todo o país, numa jornada de mais de 160 quilómetros. Por isso, interrogar os membros da sua família ou o seu editor “não vai ajudar“, diz Collins-Black — que acha que não se vai arrepender de ter dado este dinheiro.
Este conceito não é novo, recorda o Explorers Web. O género é conhecido como “caça ao tesouro de sofá” e talvez tenha começado em 1979 com o livro Masquerade, de Kit Williams.
O livro tinha 15 ilustrações pintadas que escondiam um sofisticado puzzle. Juntamente com o livro, Williams criou e enterrou uma lebre dourada incrustada com jóias.
Masquerade foi resolvido três anos mais tarde, mas descobriu-se depois que o “vencedor” tinha usado informações privilegiadas obtidas junto de um conhecido de Williams para ganhar vantagem e descobrir o tesouro, o que causou na altura alguma controvérsia.
Resta agora saber quanto tempo vai demorar a resolver o desafio de Collins-Black, que valor terá na altura a Casascius… e se a receita das vendas do livro com as pistas (que custa cerca de 40 euros e à hora desta edição está esgotado) ficou aquém ou além do valor dos tesouros enterrados.