O Mounjaro é o quarto medicamento contra a obesidade a surgir em Portugal e estreou-se este mês. Entre janeiro e agosto de 2024, os portugueses gastaram 9,6 milhões de euros em medicação deste tipo.
Já está à venda o Mounjaro (tirzepatida é o nome do fármaco), um medicamento semelhante às injeções para pacientes com diabetes tipo 2 e excesso de peso ou obesidade (índice de massa corporal igual ou superior a 30) — uma espécie de Ozempic, mas que se toma semanalmente, e não diariamente.
A tirzepatida é apelidada de “agonista duplo”, explica a DECO PROteste: imita o efeito do GLP-1, ou seja, aumenta a secreção de insulina e retarda o esvaziamento gástrico (o que provoca uma sensação de saciedade). Imita ainda o funcionamento da hormona GIP, que estimula igualmente a produção de insulina.
Ou seja, o medicamento ajuda no tratamento da diabetes, uma vez que ajuda a regular os níveis de açúcar no sangue. Mas é a perda de peso que parece cativar os portugueses, que até agosto, segundo o Público, tinham já gasto 9,6 milhões de euros em medicamentos para reduzir a obesidade.
A Infarmed informou o Público de que a tirzepatida está disponível em duas apresentações: uma dosagem de 2,5 miligramas por cada 0,6 milímetros ou de cinco miligramas por cada 0,6 milímetros, ambas vendidas a 244,8 euros.
Ainda que a obesidade seja considerada uma doença crónica e um problema de saúde pública em Portugal, o medicamento não é comparticipado, por não haver “enquadramento legal” que o permita, diz a Infarmed.
De acordo a DECO, “as reações adversas notificadas com maior frequência foram doenças gastrointestinais, incluindo náuseas (muito frequentes), diarreia (muito frequente) e vómitos (frequentes). Em geral, estas reações foram, na sua maioria, de gravidade ligeira ou moderada e ocorreram com maior frequência durante o início do tratamento, diminuindo ao longo do tempo”.
O Alli (orlistato), Xenical (orlistato), Mysimba (naltrexon/bupropiom), Wegovy (semaglutido), Saxenda (liraglutido), Mounjaro (tirzepatida) e Imcivree (setmelanotida), sendo que apenas os primeiros três se aplicam por via oral, são os medicamentos atualmente recomendados pela Agência Europeia de Medicamentos para o combate à obesidade.