Engenheiros criam betão flexível que se “cura” sozinho

Engenheiros da Michigan State University desenvolveram um betão flexível, auto-regenerativo e que produz calor, capaz de ser uma opção ambientalmente amigável para estradas em termos de remoção de neve e gelo.

As falhas tão comuns do betão tradicional colocam desafios às empresas de construção e aos ambientalistas. Por ser rígido e quebradiço, o betão é alvo de fissuras que exigem reparações dispendiosas e que podem pôr em risco a sua segurança estrutural.

Recentemente, um grupo de engenheiros da Michigan State University desenvolveu um novo tipo de betão mais flexível que pode aumentar a durabilidade deste material e reduzir os custos de manutenção.

“Isto pode revolucionar a indústria do betão e toda a nossa infraestrutura”, disse Qingxu “Bill” Jin, professor da universidade norte-americana, em comunicado. “Esta tecnologia pode ser uma solução para comunidades carentes ou rurais com acesso limitado a opções de remoção de neve e gelo, fornecendo uma solução mais segura e sustentável durante os meses de inverno.”

O betão é muitas vezes usado em estradas e calçadas devido à sua resistência e durabilidade. No entanto, o congelamento e o degelo da água podem criar falhas e os limpa-neves causam frequentemente danos à superfície, resultando em reparos bastante dispendiosos.

Durante o inverno, o sal é frequentemente usado para derreter o gelo em estradas e calçadas, mas o cloreto é corrosivo e danifica o betão. Além disso, todo o sal que resta acaba nas águas subterrâneas, causando sérias preocupações ambientais.

“Este betão pode ser usado como uma camada protetora sobre o pavimento, reduzindo ou até mesmo eliminando a necessidade de uso de sal”, salientou Jin. “Devido às recentes mudanças no clima que causam condições climáticas mais extremas, precisávamos de criar formas inovadoras de remover o gelo das estradas.”

Este material de betão autoaquecido armazena mais energia do que os materiais convencionais. Quando a temperatura do ar cai para temperaturas próximas do zero, o material liberta essa energia armazenada como calor, tornando-o ideal para limpar gelo e remover neve de estradas e calçadas.

Além disso, o facto de ser altamente flexível permite-lhe fletir sob tensão, o que reduz significativamente a probabilidade de fissura. Esta flexibilidade confere-lhe resistência, tornando-o ideal para estradas, pontes e outras aplicações de elevada tensão.

Quando ocorrem microfissuras, o material reage com água e dióxido de carbono para formar compostos que as preenchem, restaurando a integridade do betão e prolongando a vida útil das estruturas.

A equipa realizou vários testes para verificar o desempenho do material e os resultados demonstraram que este betão pode resistir às condições do mundo real, oferecendo uma funcionalidade superior em comparação com as alternativas tradicionais.

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