Tem havido uma subida nos últimos anos mas, olhando para os números globais, a percentagem não é alta. E deve descer em 2024.
O segmento dos carros eléctricos tem dado a ideia de que está em crescimento constante nos últimos anos, em Portugal.
E é verdade: em Setembro, este segmento subiu mais de 40% comparando com as vendas em Setembro de 2023.
Em Outubro, houve novo crescimento (10%) no mercado automóvel no geral. As estatísticas da Associação Automóvel de Portugal (ACAP) mostram que 18,8% dos veículos ligeiros de passageiros novos eram eléctricos.
Olhando para o ano inteiro de 2024, entre Janeiro e Outubro, os carros eléctricos ocupam 17,3% do mercado automóvel.
Ou seja, há de facto um crescimento – mas os eléctricos ainda estão bem longe dos carros movidos a combustíveis (50,4% do total). É um terço dos “rivais”. Os carros a gasolina representam 30,7% do mercado, o gasóleo 19,7%.
A carVertical acrescenta que a venda de eléctricos deve mesmo cair neste ano, numa redução de 2,5% em 2024 – e na plataforma a pesquisa por estes carros só representou 3,8% no primeiro semestre deste ano.
Em comunicado enviado ao ZAP, a empresa de dados do sector automóvel deixa quatro motivos centrais para os eléctricos não terem chegado ao topo do mercado.
O preço é o principal, como se esperava. Em média, os carros eléctricos são 40% ou 50% mais caros do que os carros a combustível. Muitos países queriam mais incentivos do respectivo Governo.
O segundo motivo é os condutores considerarem os eléctricos pouco práticos, alegando que só são razoáveis para circulação dentro da cidade.
Outro factor é a rápida desvalorização do carro eléctrico. Se quer vender mais tarde…provavelmente não vai aparecer ninguém para comprar em segunda mão.
Quatro motivo: a bateria. Quanto tempo vai durar? Quanto custa substituir? Continua a ser uma incógnica e um entrave.
Por fim, as condições para receber os eléctricos. As infraestruturas de muitas cidades e vilas não estão adaptadas – nem vão estar em breve. Faltam postos de carregamento, essencialmente.
A carVertical finaliza ao indicar que há muitos eléctricos bons para viagens curtas, mas sugere que não são opções práticas para viagens mais longas.