Um novo estudo levado a cabo por cientistas da City of Hope, uma das maiores e mais avançadas organizações de pesquisa e tratamento de cancro dos Estados Unidos, revelou como o fungo reduz tumores e retarda o seu crescimento.
Apesar de o cogumelo branco ter sido promovido como um nutracêutico – termo usado para descrever alimentos, ou partes, com propriedades medicinais –, o seu mecanismo de ação não era conhecido. Até agora.
Agaricus bisporus é o cogumelo comestível mais cultivado no mundo. Num estudo anterior, os cientistas realizaram um ensaio clínico de fase I e, em 13 dos 36 participantes com cancro da prátata, o tratamento diminuiu os níveis do antígeno prostático específico (PSA) sem afetar os níveis de testosterona no sangue.
O PSA é uma proteína produzida por células cancerígenas e não cancerígenas da próstata e é medido para rastrear a doença. Apesar de a investigação ter produzido resultados animadores, os especialistas quiseram ir mais a fundo.
Assim, neste ensaio de fase II, investigaram as respostas imunes ao consumo do cogumelo branco em ensaios pré-clínicos em modelos de ratos com cancro da próstata e em pacientes humanos.
Segundo o New Atlas, a investigação concentrou-se especificamente nas células supressoras derivadas de mieloides (MDSCs), que se acumulam no microambiente do tumor e inibem outras células imunes de combater a doença enquanto promovem o crescimento do tumor.
Nas cobaias, os cientistas testaram o extrato de cogumelo branco aprovado pela FDA, administrado oralmente, como profilático e terapêutico.
Como profilático, o extrato foi administrado sete dias antes dos ratos terem sido injetados com células tumorais. O fármaco atrasou significativamente o crescimento do tumor da próstata e estendeu a sobrevivência dos animais.
Quando administrado como terapêutico, uma única dose diária do extrato encolheu os tumores mantendo-os num tamanho inferior em comparação com o grupo de controlo.
Já em relação ao efeito do extrato nas células imunes dos animais, foi observada uma diminuição do número e da função das MDSCs, associada a maiores números de células T e a uma resposta imune mediada por células T mais eficaz.
Em pacientes com cancro da próstata, após três meses de tratamento, os cientistas observaram a mesma redução, um fenómeno que ajudou a destruir as células cancerígenas.
O artigo científico foi publicado na Clinical and Translational Medicine.