O mar Mediterrâneo poderá não durar para sempre. O lento mas inevitável movimento das placas tectónicas da Terra sugere que este mar poderá eventualmente desaparecer, tal como aconteceu no passado.
A colisão da placa africana com a placa euroasiática é um dos principais fatores por detrás desta potencial transformação.
Os continentes da Terra não são estáticos, andando à deriva e deslocando-se ao longo de milhões de anos, levados pelo movimento das placas tectónicas. Este processo remodela constantemente a superfície do planeta, criando e destruindo paisagens. Embora a disposição atual dos continentes possa parecer permanente, é apenas temporária.
A vulnerabilidade do Mediterrâneo resulta da sua localização entre duas placas tectónicas convergentes. Há cerca de 100 milhões de anos, a placa africana começou a mover-se em direção à placa euroasiática, uma colisão em câmara lenta que continua até hoje.
Esta convergência já deu origem a demarcadas caraterísticas geológicas, como a formação dos Alpes, e está a diminuir gradualmente o fosso entre as placas, explica o IFLScience. Ao longo de milhões de anos, este processo poderá acabar por selar o Mediterrâneo, comprimindo-o numa bacia seca e sem vida, à medida que a Europa subduz sob África.
Esta não é a primeira vez que o Mediterrâneo enfrenta uma ameaça deste género. Há cerca de 5,97 milhões de anos, durante a crise de salinidade do Messiniano, o mar ficou isolado do Oceano Atlântico devido à alteração do nível do mar.
Isto transformou o Mediterrâneo num vasto deserto salgado durante cerca de meio milhão de anos. As suas águas isoladas evaporaram-se rapidamente no clima árido da região, deixando para trás espessas camadas de sal que ainda hoje se encontram sob o fundo do mar. Apenas o restabelecimento da ligação com o Atlântico, através do Estreito de Gibraltar, permitiu ao mar encher-se de novo e voltar ao seu estado atual.
Embora o desaparecimento do Mediterrâneo possa parecer alarmante, trata-se de um processo que se desenrolaria ao longo de dezenas de milhões de anos. A atual taxa de movimento tectónico é medida em milímetros por ano, um ritmo demasiado lento para ter um impacto previsível na civilização humana.
Espero que não tenham traduzido “eventually” por “eventualmente”. É que “eventually” significa “por fim”, “finalmente”, “com o tempo”.
https://dictionary.cambridge.org/pt/dicionario/ingles-portugues/eventually
Confiram lá a notícia original e corrijam o artigo.
Caro leitor,
“Eventualy” é efetivamente um dos mais traiçoeiros “false friends” da língua inglesa, e estamos conscientes dele. Traduzimo-lo habitualmente por algo como “há-de acabar por …”.
Neste caso, é um “may vanish someday” — ou seja, pode eventualmente.