A instalação de iluminação na parte inferior das pranchas de surf, caiaques ou fatos de mergulho poderia evitar a maioria dos ataques de tubarões brancos a seres humanos. Mas atenção: a iluminação não pode ser estroboscópica.
Um estudo publicado esta segunda-feira na Current Biology propõe uma solução simples, mas inovadora para prevenir ataques de tubarões a humanos: muita luz.
A equipa testou, durante 500 horas, iscos em Mossel Bay, África do Sul – área conhecida pela presença de grandes tubarões brancos.
Como detalha a New Scientist, a equipa de investigação experimentou várias configurações de luz LED (fraca, intermédia, brilhante) e iluminação estroboscópica, tanto em disposição horizontal quanto vertical, comparando cada configuração com um isco de controlo não iluminado.
Ligue os máximos; esqueça os piscas
Os iscos iluminados atraíram significativamente menos a atenção dos tubarões do que os não iluminados.
A iluminação mais brilhante foi a que se demonstrou mais eficaz – aí nenhum incidente predatório foi observado.
A iluminação estroboscópica foi menos eficaz do que a iluminação contínua, talvez porque os tubarões ainda conseguiam ver a silhueta do que pensavam ser a presa entre os flashes.
A luz contínua foi mais eficiente, especialmente em condições onde a intensidade luminosa superava ou igualava a luz de fundo ambiente.
Com base nestas descobertas, a equipa de investigação desenvolveu um protótipo de luzes para utilização como dissuasor de tubarões, com o objetivo de proteger nadadores e surfistas.
“Estamos agora a passar da investigação para a proteção de nadadores e surfistas. Adoptámos a abordagem de compreender o sistema sensorial destes animais e a forma como veem o mundo, bem como o seu comportamento”, disse à New Scientist, a líder da investigação Laura Ryan,
A investigadora da Universidade Macquarie, em Sidney, adverte, no entanto que o dissuasor de iluminação não foi testado noutras espécies conhecidas por atacarem pessoas, como os tubarões-tigre (Galeocerdo cuvier) e os tubarões-touro (Carcharhinus leucas), que têm estratégias de caça diferentes.