Máfia chinesa espalhou terror em Vila do Conde. Um dos arguidos está em fuga

Tiago Henrique Marques / Lusa

Membros da rede de crime organizado, que atua na maior comunidade chinesa do país, estão a ser julgados por crimes como extorsão, tráfico de droga e tentativa de homicídio.

A máfia chinesa a atuar na zona comercial de Varziela — também conhecida como Chinatown e por ter a maior comunidade chinesa do país — espalhou o terror em Vila do Conde, onde tem atuado nos últimos anos.

Seis cúmplices da máfia já foram condenados a penas entre 5 e 6 anos e dez meses de prisão, mas um dos arguidos está fugido da Justiça, avança o Correio da Manhã esta segunda-feira.

Um dos membros da organização criminosa, com 38 anos, foi detido após um período em paradeiro incerto e está atualmente em prisão preventiva. Segundo o matutino, será julgado em breve no Tribunal de Matosinhos, acusado de exigir quantias avultadas a empresários chineses em Vila do Conde, ameaçando-os de morte com recurso armas de fogo.

As vítimas eram pressionadas a pagar 4 mil euros mensais, sob pena de represálias violentas. Uma das vítimas foi atacada e esfaqueada,após ter recusado entregar 20 mil euros ao grupo organizado.

Estufa de canábis milionária

Em fevereiro de 2022, a Polícia Judiciária desmantelou uma estufa de canábis operada por esta rede num armazém alugado na Maia. O grupo dedicava-se ao cultivo em grande escala, utilizando equipamentos sofisticados. A droga apreendida tinha um valor estimado de 3,6 milhões de euros, mas o lucro poderia chegar aos 5,5 milhões caso fosse exportada para o Norte da Europa, onde os preços praticados são mais elevados.

A rede também foi responsabilizada por prejuízos à empresa de energia E-Redes, devido à ligação ilegal a um poste de eletricidade para suportar o elevado consumo de energia necessário para o cultivo de canábis.

O custo total do furto de energia foi estimado em 17 mil euros, e os arguidos foram condenados a pagar uma multa de mais de 10 mil euros.

Além do tráfico de droga, o arguido e os seus cúmplices também falsificaram documentos e assinaturas para alugar o armazém. Em julgamentos anteriores, cinco cúmplices já foram condenados a penas de prisão entre cinco e quase sete anos, enquanto outros dois confessaram os crimes e demonstraram arrependimento, o que resultou numa pena de multa para um dos envolvidos.

ZAP //

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