APAV regista aumento de casos de violência contra crianças e idosos

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A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) registou 852 casos de violência contra idosos em 2014, mais 10,1% face ao ano anterior, e 992 situações de agressões a crianças e jovens.

Em média, todas as semanas, 16 idosos e 19 crianças são vítimas de crime em Portugal, segundo o relatório anual da APAV 2014, a que a agência Lusa teve acesso.

Comparativamente com os dados de 2013, a APAV registou um aumento de casos de violência contra as pessoas idosas, passando de 774 situações em 2013 para 852 no ano passado, um aumento de 10,1%.

Também registou um aumento de casos nas crianças e jovens, que subiram de 974 para 992, o que representou um aumento de dois por cento.

“Entre mulheres e homens, no seu conjunto, o aumento percentual foi o mais significativo com 12,4% (de 6.985, em 2013, para 7.848 em 2014), sublinha a APAV no relatório.

De acordo com os dados, todas as semanas, em média, 130 mulheres e 21 homens recorrem aos serviços da associação.

No cômputo geral, a APAV registou, em 2014, 12.379 processos de apoio com atendimentos, a maioria de violência doméstica.

Em termos comparativos, de 2013 para 2014 existe um aumento do número de processos com atendimentos (quase 5%) e do número de crimes (4,4%).

A APAV acompanhou 8.889 vítimas diretas que foram alvo de 21.541 crimes e ou de outros atos violentos.

Dos 12.379 processos, 91,9% tiveram o seu primeiro atendimento em 2014, existindo 8% de casos que transitaram de anos anteriores devido à complexidade das situações apresentadas.

Do total dos crimes registados pela APAV, “claramente que os crimes contra as pessoas, particularmente no que diz respeito à violência doméstica (maus tratos físicos e psíquicos) sobressaem face aos restantes com 78,4% do total de crimes”.

Dos utentes que reportaram crimes à APAV, em 2014, 82,3% eram mulheres com idades entre os 25 e os 54 anos (37,1%). Relativamente à escolaridade, os níveis de ensino superior (7,6%) e o nível de ensino básico do 3º ciclo (4,8%) destacaram-se face aos restantes.

Já no que diz respeito à principal atividade económica, 29,6% dos utentes encontravam-se empregados e 19,4% desempregados.

As vítimas de crime que usufruíram dos serviços da APAV eram maioritariamente casadas (32,8%) ou solteiras (22,7%) e pertenciam sobretudo, a um tipo de família nuclear com filhos em 39,4% dos casos.

As grandes zonas urbanas concentram o maior número de vítimas que recorrem aos serviços da APAV, sendo a maioria destas, como em anos anteriores de nacionalidade europeia (91,2%).

Em mais de 70% dos casos assinalados a vitimação ocorrida foi de tipo continuado. A duração deste tipo de vitimação continuada acontece, sobretudo, num espaço temporal entre os dois e os seis anos (19%).

Segundo a APAV, o principal local do crime assinalado foi a residência comum (entre vítima e autor do crime) com 52,6% das sinalizações.

A associação registou 9.152 autores de crime em 2014, mais de 80% eram homens, com idades compreendidas entre os 25 e os 54 anos (30%), 35,6% eram casados e em 31,7% dos casos tinham uma atividade profissional regular.

/Lusa

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