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Não é todas as noites que temos duas luas: como a Terra pode “alimentar-se” do novo asteroide

Peter Carril/ESA

2022 NX1, que seguia uma trajetória semelhante à da “mini-lua” que chegou à órbita da Terra em setembro.

A nossa nova “segunda lua” desperta o interesse na exploração mineira espacial. Asteroides como o 2024 PT5 podem servir de postos de abastecimento em viagens espaciais mais longas.

O asteroide 2024 PT5, que vai ser a “segunda lua” do nosso planeta nos próximos dois meses, é também uma oportunidade para a florescente exploração mineira espacial.

O ‘filho’ da cintura de asteróides Arjuna, do tamanho de um autocarro, é um exemplo de um alvo ideal para missões de extração espacial. Carlos de la Fuente Marcos, um dos astrónomos que seguiu o percurso do 2024 PT5, acredita que estas mini-luas oferecem oportunidades acessíveis para missões de baixo custo, essencialmente devido à sua proximidade da Terra.

Prevê-se que a extração de asteroides venha a desempenhar um papel fundamental na futura exploração espacial. Alguns destes satélites contêm metais preciosos como o ferro, a platina e até água, que podem ser aproveitados como combustível.

Uma das grandes aplicações seria mesmo em viagens até Marte, como a visão de Elon Musk de estabelecer uma colónia humana no Planeta Vermelho. Uma pequena paragem por um asteroide como o 2024 PT5 poderia eventualmente revelar-se crucial para reabastecimento.

Com a extração de miniluas como a nova, empresas poderiam obter recursos valiosos mais perto da Terra e utilizá-los para apoiar uma exploração espacial mais profunda.

Embora o 2024 PT5 seja composto principalmente por basalto — e seja pouco provável que tenha um valor financeiro significativo —, outros asteroides podem valer quantias exorbitantes, acreditam alguns cientistas.

Acredita-se por exemplo que o Psyche, um asteroide que a NASA planeia explorar, contenha metais como o ferro e o níquel, com um valor estimado de 100 quintilhões de dólares.

Várias empresas em fase de arranque, como a AstroForge, já estão a desenvolver tecnologias para a extração de asteroides, como lembra o Business Insider, embora subsistam desafios. As missões de extração mineira são muito dispendiosas e preparar-se a tempo de capturar mini-luas fugazes como a PT5 de 2024 exige um desenvolvimento rápido.

No entanto, ter naves espaciais de mineração pré-posicionadas em órbita poderia oferecer uma solução, permitindo que as empresas lançassem missões quando asteroides adequados passassem pela Terra.

ZAP //

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