Afinal, alergias ao pólen podem ter levado os mamutes-lanosos à extinção

Beth Zaiken / Centre for Palaeogenetics

Três mamutes siberianos

De todas as teorias que já surgiram sobre a extinção dos mamutes-lanosos, esta talvez seja a mais inesperada e bizarra.

Os mamutes-lanosos, outrora gigantes da Idade do Gelo, percorriam a Europa, a América do Norte e a Ásia há mais de 11 mil anos. No entanto, apesar da sua adaptabilidade, extinguiram-se há cerca de 4 mil anos e as razões para o seu desaparecimento têm sido debatidas durante anos.

As alterações climáticas, a caça excessiva e os fatores genéticos foram todos sugeridos como causas. A mais recente teoria sugeria que os últimos mamutes-lanosos da Terra se extinguiram por azar. Agora, uma nova teoria acrescenta um suspeito invulgar à lista: alergias ao pólen.

Um novo estudo, publicado recentemente na revista Earth History and Biodiversity, propõe que as alergias ao pólen, desencadeadas pelas alterações climáticas, podem ter desempenhado um papel importante na extinção dos mamutes-lanosos.

Quando a Idade do Gelo terminou e as temperaturas da Terra começaram a subir, novos tipos de vegetação, incluindo plantas com flores, começaram a espalhar-se pelo habitat dos mamutes. Esta mudança levou a um grande aumento da produção de pólen, explica o All That’s Interesting.

Os investigadores teorizam que o aumento dos níveis de pólen pode ter desencadeado reações alérgicas nos mamutes, prejudicando a sua capacidade de cheirar.

Esta teria sido uma questão crítica para si, uma vez que dependiam fortemente do seu olfato para sobreviver. A perda do olfato poderia ter dificultado a localização de alimentos, a deteção de predadores e até mesmo a procura de parceiros reprodutivos, contribuindo potencialmente para um declínio da população e eventual extinção.

Embora esta teoria continue a ser especulativa, o estudo aponta para uma ligação intrigante entre as alterações ambientais e as vulnerabilidades biológicas dos mamutes-lanosos.

Os investigadores sugerem que agora se analisem os restos fossilizados dos mamutes para detetar indícios de plantas produtoras de pólen e respostas alérgicas, como a presença de imunoglobulinas, proteínas produzidas pelo corpo durante reações alérgicas.

Ao analisar as fezes de mamutes fossilizados para detetar vestígios de imunoglobulinas, os cientistas poderão determinar se os animais tiveram reações alérgicas ao pólen. Além disso, o estudo do conteúdo estomacal dos mamutes mumificados poderia revelar a presença de plantas produtoras de pólen nos seus sistemas digestivos, apoiando ainda mais a teoria.

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