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Emigrantes portugueses na Suíça vivem mais tempo que os suíços

Um demógrafo da Universidade de Genebra concluiu que os emigrantes portugueses na Suíça vivem mais tempo que os suíços, numa investigação sobre a esperança de vida dos migrantes.

“Os Portugueses residentes na Suíça tinham uma esperança de vida de 78,9 anos para os homens e 82,8 anos para as mulheres em 2000, contra 76,9 anos para os homens suíços e 82,5 anos para as mulheres suíças”, disse à Lusa Jonathan Zufferey, investigador do centro de investigação LIVES e autor da tese, “Porque os migrantes vivem mais tempo?“.

De acordo com Jonathan Zufferey, as comunidades portuguesa, turca e de cidadãos da ex-Jugoslávia, gozam de maior longevidade em comparação com os Suíços.

“É um paradoxo no sentido em que os estrangeiros na Suíça ocupam posições inferiores na escala social, o que constitui um dos principais indicadores na questão da mortalidade”, disse o investigador.

Segundo o demógrafo, a taxa de mortalidade dos portugueses é 10% inferior à dos Suíços entre os 25 e 79 anos, mas atinge 65% quando se toma em conta as dimensões sociais.

Jonathan Zufferey sublinhou que este tipo de resultado já foi observado em outros países ocidentais como nos Estados Unidos, onde a comunidade hispânica tem uma esperança de vida maior.

Para o demógrafo, vários factores podem explicar este fenómeno. “Os mais fortes migram e os com menos saúde tendem a voltar para o país de origem se não podem trabalhar ou estar com a família”, disse.

Zufferey acrescenta que factores culturais e factores adquiridos durante o processo de migração também influem sobre a longevidade, como o facto de haver mais ambição e ser mais combativo.

O estudo do investigador foi realizado a partir de dados do recenseamento do ano 2000 e de registos de óbito entre 2000 e 2008. O estudo não inclui estatísticas sobre os requerentes de asilo e os trabalhadores clandestinos.

ZAP / Lusa

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