Um novo estudo desafia a ideia de que o jogo Cães e Chacais nasceu no Egito, indicando que poderá ter tido origem na Ásia.
Uma recente descoberta de artefactos de jogos de tabuleiro antigos no Azerbaijão está a reformular a nossa compreensão das interações humanas e das ligações culturais de há milhares de anos. A revelação foi feita num estudo publicado na European Journal of Archaeology.
Os arqueólogos descobriram seis gravuras em rochas na Península de Abşeron e na Reserva de Gobustan, que se acredita estarem ligadas ao antigo jogo conhecido como “Cães e Chacais” ou “Cinquenta e Oito Buracos”. Estas esculturas, que remontam a cerca de 2000 a.C., desafiam as anteriores suposições de que o jogo teve origem no Egito, explica o Science Alert.
Cães de caça e chacais é um jogo de corrida semelhante a jogos modernos como Serpentes e Escadas ou Ludo, em que os jogadores movem peças à volta de um tabuleiro para atingir um objetivo. O nome do jogo vem de um exemplo em que as peças de jogo tinham a forma de cães e chacais. A descoberta destas esculturas no Azerbaijão sugere que o jogo poderá ter tido origem no sudoeste da Ásia e não no Egito, como se pensava anteriormente.
O aparecimento simultâneo do jogo no Egito e no Azerbaijão indica que o jogo pode ter sido amplamente praticado em diferentes regiões e classes sociais. As esculturas do Azerbaijão foram encontradas em contextos variados, incluindo uma caverna utilizada como abrigo de inverno por pastores de gado e túmulos de ricos, o que sugere que o jogo era popular em diferentes estratos sociais.
A investigação realça a importância dos jogos de tabuleiro nas sociedades antigas como meio de estabelecer ligações sociais e facilitar interações para além das fronteiras sociais. A ampla distribuição do jogo, do Egito ao Cáucaso e à Anatólia, sublinha o seu papel como lubrificante social, ajudando as pessoas a estabelecer relações e a avaliar a sua fiabilidade numa época de interações culturais complexas.