Influencer pôs airtag em ténis doados à Cruz Vermelha. Foram parar a uma loja (mas não é burla)

Não estava em Gaza, no Sudão ou numa instituição de solidariedade: o objeto que doou encontrava-se numa loja bósnia. Se vir a sua camisola num estabelecimento de artigos em segunda mão, não se alarme — é assim que funciona a caridade.

Há quem tenha dúvidas sobre o destino real das roupas que doa para caridade. Para as tirar, o influencer do TikTok Moe.Ha decidiu doar uns ténis com um segredo escondido: Airtags. Sim, um pequeno localizador da Apple que serve para encontrar objetos perdidos.

Desta forma, o criador de conteúdos conseguiu perceber onde foi parar o artigo que doou à Cruz Vermelha alemã, acompanhando a sua localização.

E foi com surpresa que percebeu que o seu artigo não se encontrava numa instituição de caridade ou nos pés de uma pessoa necessitada: os ténis que doou estavam… à venda.

Depois de percorrem 800 km, passando por vários países da Europa, os ténis foram parar à Bósnia e Herzegovina, onde estavam bem instalados numa loja de roupa em segunda-mão, à venda por aproximadamente 10 euros, como conta a TechRadar.

@moe.haa Schuhspende Teil 2 👟🧐– Das sagt das Rote Kreuz dazu. Und so läuft der Weg deiner gespendeten Kleidung wirklich ab! 👀🏥 #SchuhspendeTeil2#AirTagReise#RotesKreuzAntwort#SpendenCheck#Kleiderreise#TrackingUpdate#TikTokDoku#WohinGehtDeineSpende#SpendenMission#CapCut ♬ original sound – Moe.Ha

Mas o influencer não se deixou vencer pelo choque: foi mesmo até ao país onde os seus antigo ténis estavam expostos, para perceber o que se passava. Ao chegar à loja, interrogou a funcionária, que lhe explicou que os ténis tinham sido entregues pelo patrão, que vive na Alemanha.

O que acontece às roupas que doamos?

De acordo com o site da Cruz Vermelha alemã,  existem dois destinos para a  roupa doada. Esta pode ser oferecida diretamente às pessoas necessitadas — o “modelo de armazém de roupa” — , ou então entrar no chamado “modelo de reciclador”.

Este modelo, mesmo que muitas vezes não saibamos, utiliza as roupas que doamos para as vender em lojas em segunda mão, revertendo esses lucros para caridade. Este modelo é adotado no caso de 40% das roupas que doamos.

Em Portugal, lojas como a Humana também revertem lucros para associações de caridade. A prática é comum, e não é burla — um europeu pode gostar dos seus ténis velhos, mas alguém pode preferir trocá-los por comida. É uma questão de necessidade.

Carolina Bastos Pereira, ZAP //

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