Quando questionado sobre a morte de muitos civis no ataque, o diplomata israelita culpou o grupo xiita libanês Hezbollah por esconder os seus líderes entre a população civil.
O exército israelita confirmou esta sexta-feira a morte do chefe de operações do Hezbollah em Beirute, Ibrahim Aqil, juntamente com outros membros das suas forças de elite de Radwan, num bombardeamento no subúrbio sul da capital libanesa.
“Sob a direção precisa da Divisão de Inteligência, os caças da força aérea atacaram a área de Beirute e mataram Ibrahim Aqil, o chefe de operações da organização terrorista Hezbollah”, afirma um comunicado militar, que indica outras baixas não especificadas na organização xiita.
“Hoje, o grande líder Hajj Ibrahim Aqil, também conhecido como Hajj Abdul Qader, juntou-se às fileiras dos seus irmãos mártires, os grandes líderes, depois de uma vida abençoada cheia de luta sagrada, trabalho, lesões, sacrifícios, desafios e vitórias”, confirmou o Hezbollah em comunicado. De acordo com uma declaração militar israelita, todos eles “estavam a planear o ataque da ‘Conquista da Galileia’, com o qual o Hezbollah pretendia infiltrar-se nas comunidades israelitas e assassinar civis inocentes”.
O embaixador israelita na ONU vangloriou-se depois do bombardeamento israelita contra o sul de Beirute que matou 14 pessoas e fez 66 feridos, advogando que conseguiu eliminar “um dos homens mais procurados do mundo”.
O assassinato de Aqil ocorre menos de dois meses depois de outro ataque atribuído a Israel ter posto fim à vida do então principal comandante militar do Hezbollah, Fuad Shukr, também num edifício em Dahye.
Israel diz não querer escalada: “objetivos são claros”
O Exército israelita afirmou esta sexta-feira que não pretende “uma ampla escalada” militar na região, após o ataque aéreo nos arredores de Beirute, no qual foi morto o líder da unidade de elite do movimento xiita libanês Hezbollah.
“Não estamos a agir com vista a [provocar] uma ampla escalada na região“, afirmou o porta-voz do Exército, Daniel Hagari, durante uma conferência de imprensa.
“A série de operações da nova fase da guerra continuará até atingirmos o nosso objetivo: garantir o regresso seguro das comunidades do norte de Israel às suas casas”, declarou Yoav Gallant em comunicado, acrescentando: “Os nossos inimigos não têm onde se refugiar, nem mesmo nos subúrbios de Beirute”.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, defendeu que os objetivos do seu país “são claros”, após o “bombardeamento seletivo” contra a liderança militar do grupo xiita libanês Hezbollah nos arredores de Beirute.
Ataques contra Israel intensificam-se
Em resposta ao “bombardeamento seletivo” realizado horas antes pelas Forças de Defesa de Israel (IDF), a milícia xiita libanesa efetuou novos ataques contra posições militares israelitas no norte do país.
Segundo o canal Al Manar, ligado ao Hezbollah, os ataques foram efetuados com foguetes ‘Katyusha’ contra o quartel-general da unidade de controlo aéreo e o departamento de operações aéreas das Forças de Defesa de Israel (FDI), situado a menos de dez quilómetros da fronteira libanesa.
O Hezbollah indicou ainda ter realizado um novo ataque contra a sede do principal serviço de informações de Israel no norte do país, também situado a apenas dez quilómetros do Líbano.
Estes ataques surgem em resposta ao bombardeamento de Beirute, que fez pelo menos nove mortos e cerca de 60 feridos, segundo o último balanço.
Por seu lado, o exército israelita informou que o Hezbollah lançou cerca de vinte mísseis através da fronteira com o Líbano, embora a maioria tenha sido intercetada no ar, segundo informações do diário israelita “The Times of Israel”.
Antes do ataque a Beirute, o Hezbollah já tinha disparado mísseis contra Israel, elevando para cerca de 170 o número total de mísseis disparados pela milícia na quinta-feira.
Ataques devem aumentar nas próximas horas
O exército israelita prevê que os ataques do Hezbollah aumentem nas próximas horas após o bombardeamento israelita dos subúrbios do sul de Beirute.
Numa quarta barragem, o exército israelita informou que tinham sido disparados mais cerca de 20 foguetes e que, “pelo menos metade, foi abatida pelas defesas aéreas”.
Segundo os meios de comunicação israelitas, um deles caiu na autoestrada 90, no norte do país, sem causar feridos.
Horas antes, o exército tinha comunicado uma terceira barragem de mais 20 projéteis, precedida de múltiplos lançamentos de outros 70 e 60 foguetes desde a manhã, segundo a Rádio do Exército, elevando o total para 170 ‘rockets’ num dia de intensidade crescente ao longo da fronteira.
De acordo com um comunicado militar, muitos dos foguetes foram intercetados no ar ou caíram em espaços abertos, provocando alguns incêndios.
Em resultado do fogo cruzado entre Israel e o Hezbollah desde o início de outubro, paralelamente à guerra em Gaza, cerca de 60.000 israelitas continuam deslocados das comunidades próximas da fronteira.
ZAP // Lusa
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E fez Israel muito bem.
O ar do Médio Oriente está um nadinha mais respirável.