Os antigénios alimentares impedem o crescimento de tumores nos intestinos

Uma equipa de cientistas descobriu que os antigénios alimentares, como as proteínas do leite, ajudam a impedir o crescimento de tumores nos nossos intestinos, mais especificamente no intestino delgado.  

Segundo o EurekAlert!, as experiências revelaram como estas proteínas desencadeiam o sistema imunitário intestinal, permitindo-lhe impedir eficazmente a formação de novos tumores.

Num novo estudo, publicado esta quarta-feira no Frontiers Immunology, os investigadores utilizaram um tipo especial de ratinho com uma mutação num gene supressor de tumores.

Tal como as pessoas com polipose adenomatosa familiar, quando este gene funciona mal, os ratos desenvolvem tumores nos intestinos delgado e grosso.

Neste estudo, os cientistas alimentaram os ratos com comida normal ou sem antigénio e descobriram que aqueles que receberam este tipo de comida tinham menos tumores no intestino delgado, mas a mesma quantidade no intestino grosso.

Seguidamente, adicionaram um antigénio denominado albumina à dieta sem antigénio, certificando-se de que a quantidade total de proteína era igual à quantidade de proteína da dieta normal. Quando os ratinhos receberam esta dieta, os tumores no intestino delgado foram suprimidos, tal como acontece com a alimentação normal.

As três dietas também afetaram as células imunitárias, especificamente as células T, no intestino delgado. Os ratos que receberam a dieta simples sem antigénio tinham menos células T do que aqueles que receberam a comida normal ou sem antigénio com proteína do leite.

“Os tumores do intestino delgado são muito mais raros do que os do cólon, mas o risco é maior nos casos de polipose adenomatosa familiar, pelo que a utilização clínica de dietas elementares para tratar a doença inflamatória intestinal ou outras doenças gastrointestinais nestes doentes deve ser considerada com muito cuidado”, conclui o autor principal do estudo, Hiroshi Ohno.

Estas descobertas sugerem que as dietas alimentares adotadas por pessoas sem doenças gastrointestinais podem ser arriscadas e enfatizam que estas dietas não devem ser realizadas sem a recomendação de um médico.

Soraia Ferreira, ZAP //

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