Foram descobertos mais de uma dúzia de enterros que com 16.000 anos. Além dos esqueletos, foram encontradas ferramentas pré-históricas, como peças de cerâmica, hematite (ocre vermelho) e cristais.
Um grupo de arqueólogos descobriu 13 enterros pré-históricos, na Malásia, com cerca de 16.000 anos.
A descoberta foi feita em grutas que estão em risco de serem inundadas pela construção de um novo reservatório hidroelétrico.
Como conta a Live Science, aquelas grutas, no remoto Vale de Nenggiri, a cerca de 215 quilómetros a norte de Kuala Lumpur (a capital da Malásia), ficarão debaixo de água se o reservatório encher como previsto em meados de 2027.
À mesma revista, Zuliskandar Ramli, arqueólogo da Universidade Nacional da Malásia, explica que os esqueletos encontrados são maioritariamente pré-Neolíticos, possivelmente pertencentes à cultura Hoabinhian.
Os arqueólogos descobriram 16 indivíduos enterrados em 13 grutas de calcário, distribuídas por quatro sítios diferentes.
Quinze destes esqueletos estavam em posições de agachamento ou totalmente flexionadas – características de enterros pré-Neolíticos. Por seu turno, um esqueleto estava em posição estendida e data do período Neolítico, aproximadamente há 6.000 anos.
Além dos esqueletos, foram recuperados mais de 71.000 artefactos pré-históricos. Como enumera a Live Science, as peças incluíam ferramentas de pedra, hematite (ocre vermelho), cristais e, numa sepultura Neolítica, objetos como uma pulseira de pedra e fragmentos de cerâmica.
Uma das descobertas mais notáveis foi um esqueleto humano completo numa gruta chamada Gua Keledung Kecil. “Este é o esqueleto mais completo e mais antigo numa posição totalmente flexionada encontrado no país”, enalteceu Zuliskandar Ramli.
Extra-arqueologia
Como destaca a agência noticiosa Bernama, além de fornecer eletricidade à rede elétrica da Malásia e água para projetos de irrigação, o projeto hidroelétrico de Nenggiri prevê a criação de 2.000 postos de trabalho para os indígenas Orang Asli e outras populações locais, informou Bernama.
No entanto, enfrenta oposição devido ao impacto negativo previsto nessas mesmas comunidades, nomeadamente na submersão de terras e florestas ancestrais.