O crime terá ocorrido após uma discussão em que o senhorio confrontou o inquilino devido a um atraso na renda e à falta de higiene no quarto.
José Coelho, um professor reformado de 69 anos, foi encontrado morto em sua casa em Évora, após confrontar o inquilino a quem tinha arrendado um quarto.
A discussão entre os dois, motivada por queixas sobre o comportamento do inquilino, que não limpava o quarto, e o atraso no pagamento da renda, terminou tragicamente com a morte do professor.
O corpo do senhorio foi ocultado debaixo da cama, onde ficou por 19 dias, envolto em cobertores.
Durante esse período, o suspeito, de 43 anos, continuou a viver no local como se nada tivesse acontecido, chegando a usar o cartão de multibanco da vítima.
A ausência do professor foi rapidamente notada pela esposa, que alertou as autoridades no dia 15 de julho, mas os seus temores foram inicialmente ignorados. Apenas a 2 de agosto, familiares e amigos decidiram ir ao apartamento, onde o cheiro nauseabundo revelou o crime.
Ao perceber que o corpo seria encontrado, o suspeito fugiu, iniciando uma intensa busca por parte da Polícia Judiciária (PJ). Após 15 dias de investigação, o carro do suspeito foi localizado numa pedreira desativada, e o próprio foi encontrado pouco depois, abrigado numa casa em ruínas nos arredores de Évora. O homem não resistiu à polícia e foi preso, revela o Correio da Manhã.
O suspeito enfrenta agora acusações de homicídio qualificado, ocultação de cadáver, furto do cartão de multibanco e posse de arma proibida, podendo ser condenado à pena máxima. Já foi ouvido pelo Tribunal de Instrução Criminal de Évora e permanecerá em prisão preventiva na cadeia de Elvas até ao julgamento.
Entretanto, a casa onde o crime ocorreu continua a ser desinfetada, numa tentativa de remover o odor deixado pelo corpo que ali esteve por quase três semanas.