Assistente digital pessoal foi o primeiro a chegar com telefone. Simon foi o precursor que pavimentou o caminho para os dispositivos móveis inteligentes que conhecemos hoje.
Embora a Apple tenha popularizado o termo “smartphone” com o lançamento do iPhone em 2007, esse não foi o primeiro dispositivo da categoria. Treze anos antes da sua estreia, a IBM apresentava o Simon, o primeiro smartphone do mundo, que completa 30 anos esta sexta-feira.
No dia 16 de agosto de 1994, o IBM Simon chegou às lojas, mas já tinha vindo a ser apresentado pela IBM em feiras desde 1992.
Nessa altura, o mercado dos Estados Unidos assistia a uma crescente popularidade dos assistentes digitais pessoais, mais conhecidos como PDAs, geralmente direcionados para utilizadores corporativos.
A novidade: telefone
Numa época sem Wi-Fi, redes sociais ou serviços de streaming, esses dispositivos ofereciam funcionalidades como calculadora, agenda, calendário, notas e informações de contactos num único equipamento portátil.
Com o passar dos anos, os fabricantes começaram a lançar modelos de PDA com ecrã resistivo para garantir resposta ao toque de uma caneta stylus, abandonando cada vez mais os botões físicos.
O lançamento do IBM Simon em 1994 nos Estados Unidos foi um marco na história da tecnologia, uma vez que o dispositivo prometia oferecer todas as principais funções de um PDA mais moderno com uma funcionalidade que faltava em todos os modelos da época: telefone.
Dessa forma, o primeiro smartphone do mundo permitia que os utilizadores pudessem não só visualizar as principais informações no calendário, criar anotações e ver contactos de pessoas relacionadas com o trabalho de forma prática, mas também realizar chamadas telefónicas a qualquer momento.
O IBM Simon foi lançado com um touchscreen resistivo monocromático de 4,5 polegadas e sistema operativo próprio.
Era capaz de enviar e receber e-mails, vinha com aplicações para agenda eletrónica, calendário, bloco de notas e calculadora, além de jogos pré-instalados.
Considerado o precursor dos smartphones atuais, o IBM Simon apresentava ainda uma característica que seria popularizada mais de uma década depois na telefonia móvel: o conceito de aplicações instaláveis.
O IBM Simon tinha 1 MB de memória RAM e um processador com frequência máxima de 16 MHz, sendo compatível com a arquitetura x86 dos computadores da época.
Em comparação com os dias de hoje, notamos a diferença do enorme salto tecnológico após 30 anos, com smartphones a ter 24 GB de memória RAM, 1 TB de armazenamento e processadores com 3.300 MHz de frequência máxima em apenas um núcleo, tudo isto utilizando a arquitetura ARM de alta eficiência energética.
Outro diferencial do “avô dos smartphones” estava no seu teclado com escrita preditiva: o “PredictaKey”, antecipava as letras mais utilizadas para facilitar a digitação.
O IBM Simon foi um produto à frente do seu tempo, apresentando funcionalidades que se tornariam padrão nos smartphones anos mais tarde. Embora tenha sido lançado em agosto de 1994 e descontinuado em fevereiro de 1995, o dispositivo estabeleceu as bases para a revolução móvel que se seguiria.
E embora o termo “smartphone” ainda não existisse na altura, o IBM Simon foi o precursor que pavimentou o caminho para os dispositivos móveis inteligentes que conhecemos hoje.
Apesar do preço elevado (cerca de 6 mil dólares na época), o aparelho estabeleceu as bases para a telefonia móvel atual, combinando funções de comunicação e produtividade com o conceito de aplicações instaláveis e painel touchscreen que seriam indispensáveis décadas depois.
ZAP // CanalTech