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Testes de ADN confirmam identidade do fundador dos Caminhos de Santiago

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Víctor Nuño / Flickr

Restos mortais do bispo Teodomiro, também responsável por identificar a sepultura do Apóstolo Santiago, foram descobertos numa necrópole sob a Catedral de Santiago de Compostela, na Galiza.

Através de testes de ADN conduzidos por uma equipa internacional liderada pelo arqueólogo Patxi Pérez-Ramallo, uma recente investigação multidisciplinar confirmou a identidade dos restos mortais do bispo Teodomiro, figura histórica crucial na descoberta da tumba do Apóstolo Santiago e fundador dos Caminhos de Santiago.

Os restos mortais do bispo foram descobertos numa necrópole sob a Catedral de Santiago de Compostela, na Galiza, após anos de dúvidas em volta da sua existência.

Bispo de Iria Flavia (atual Padrón, na Corunha), Teodomiro foi o responsável por identificar, no século IX, a tumba do Apóstolo Santiago num bosque chamado Libredón, o que levou à fundação dos famosos Caminhos de Santiago.

A lápide encontrada indicava que Teodomiro morreu em 847 d.C., mas os primeiros estudos sobre os ossos sugerem que pertencem a um homem idoso. A conclusão foi contestada na década de 1980, quando novos exames indicaram que os restos mortais poderiam ser de uma mulher. No entanto, os testes de ADN mais recentes permitiram confirmar que os restos pertencem, de facto, a Teodomiro.

Teodomiro é uma figura histórica importante, pois foi ele quem identificou, através de uma revelação após três dias de meditação e jejum, o local onde hoje se ergue a Catedral de Santiago de Compostela como sendo o mausoléu do Apóstolo Santiago.

Após a sua descoberta, chamou a atenção do rei Afonso II das Astúrias, que ordenou a construção de uma igreja no local, dando início à tradição de peregrinação que hoje conhecemos como os Caminhos de Santiago, com o Caminho Primitivo como o percurso original.

Os resultados dos testes de ADN realizados por Patxi Pérez-Ramallo e a sua equipa sustentam que os restos mortais pertencem a um único indivíduo que morreu aos 45 anos ou mais, em 847 d.C., o que explica a inscrição na lápide.

A análise de isótopos estáveis de oxigénio também revelou que este indivíduo viveu perto da costa, o que coincide com a localização de Iria Flavia, junto à foz do rio Ulla, próximo do rio Arousa.

Além disso, o perfil genético do bispo Teodomiro foi determinado como sendo ligeiramente diferente do dos europeus modernos, aproximando-se mais dos ibéricos romanos, visigodos e populações islâmicas da Península Ibérica, o que está de acordo com os padrões migratórios da época, resultantes da conquista muçulmana no século VIII.

A Fundação Catedral reconhece as dificuldades em autenticar a identidade de uma pessoa falecida há mais de 1.200 anos, mas considera que as provas recolhidas são válidas e estabelecem Teodomiro como a figura histórica mais antiga identificada em Espanha, e uma das mais antigas da Europa.

ZAP //

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1 Comment

  1. Apenas um pormenor… Não existe nenhum Apóstolo Santiago, o tumulo é do Apostolo Tiago, o Santiago é uma corruptela de São Tiago. Façam o vosso trabalho de casa pls…

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