Em causa está um processo que pretende travar a cisão da Porto Comercial e que pode pôr em risco o acordo com a sociedade Ithaka, complicando ainda mais a situação financeira do clube.
O ex-presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa, foi convocado para testemunhar contra a nova gestão de André Villas-Boas. A ação judicial foi apresentada na quarta-feira no Tribunal de Comércio de Vila Nova de Gaia por Fernando Saul, ex-funcionário do clube. Saul exige uma indemnização de 79 mil euros, que alega estar em dívida. Fernando Gomes, ex-administrador, também foi chamado como testemunha.
A ação judicial é uma oposição à cisão da empresa Porto Comercial. Fernando Saul, um dos 12 arguidos na Operação Pretoriano — processo que investiga as agressões na assembleia-geral de novembro e que levou à detenção de Macaco Líder e outros membros dos Super Dragões — argumenta que a cisão pode impedir o recebimento do restante da sua indemnização, acordada quando saiu do FC Porto, ainda antes da saída de Pinto da Costa da presidência.
O acordo estipulava o pagamento de 118 mil euros em três parcelas, das quais apenas uma foi paga. Segundo a defesa de Saul, a cisão transferirá 11 milhões de euros da Porto Comercial para a nova empresa Porto Stadco, o que prejudicará Saul ao dificultar a recuperação dos seus créditos, explica o Correio da Manhã.
Esta ação judicial pode complicar a situação financeira do FC Porto, uma vez que tem efeitos suspensivos e pode bloquear um acordo crucial com a sociedade Ithaka. Este acordo, estabelecido ainda na gestão de Pinto da Costa, previa a entrada de 65 milhões de euros no clube em troca de 30% dos direitos económicos de uma nova sociedade, Porto Stadco, durante 25 anos. No entanto, com a Porto Stadco no centro da batalha judicial, o acordo está agora em risco.
Fernando Saul, que foi oficial de ligação aos adeptos do clube, foi detido em janeiro juntamente com Macaco e outros indivíduos devido às agressões na assembleia geral de novembro de 2023. Saul é também suspeito num processo que investiga um esquema de venda de bilhetes para jogos no mercado negro.
No FCPorto é só macacos e macacadas. É o tripeirismo arreigado.