O “invasor” foi detetado em Cascais e Pombal. DGS recomenda proteção, apesar da ausência de agentes de doenças.
A espécie de mosquito Aedes albopictus — que pode transmitir os vírus que causam doenças infecciosas como dengue, chikungunya ou Zika — foi identificado no município de Cascais (na região de Lisboa e Vale do Tejo) e também em Pombal, na região Centro, avançou a Direção Geral de Saúde em comunicado, esta quinta-feira.
A DGS lembra que este género de mosquito foi detetado pela primeira vez no país em 2005 na Região Autónoma da Madeira (Aedes aegypti), em 2017 na Região Norte (Aedes albopictus) e, posteriormente, em diferentes Regiões: Algarve (2018), Alentejo (2022), Lisboa e Vale do Tejo (2023). Apenas nos Açores ainda não foi identificada a presença do mosquito do género Aedes spp.
Estes mosquitos podem transmitir doenças infecciosas, comuns junto aos trópicos. No entanto, em Portugal continental, “não foram identificados nestes mosquitos quaisquer agentes de doenças que possam ser transmitidos às pessoas, nem se registaram, até ao momento, casos de doença humana em contexto de transmissão local”, esclarece a autoridade que gere a saúde pública a nível nacional.
“Com base nas análises entomológicas da rede REVIVE, não foi verificada, até à data, a presença de agentes patogénicos nos mosquitos, nem foram reportados casos autóctones de doenças para as quais o vetor é competente”, salienta a DGS.
Os espécimes identificados em Cascais e em Pombal foram classificados como tendo nível de risco 1 (amarelo), numa escala de 0 a 3, definida segundo os diferentes cenários relativamente à presença de mosquitos Aedes e deteção de casos de doença.
Ainda assim, a entidade liderada por Rita Sá Machado recomenda medidas de prevenção e controlo do mosquito, que devem ser implementados por autarquias, empreendimentos turísticos e entidades do setor agrícola, industrial, entre outras.
A intervenção física ambiental constitui o método primário do controlo vetorial, requerendo intervenções multissetoriais na identificação e eliminação de criadouros (locais e recipientes que possam servir de habitat para ovos e larvas do mosquito) e a aplicação de larvicidas e de adulticidas pode também ser necessária, de acordo com o nível de risco avaliado pelos serviços de saúde pública.
Em áreas com deteção confirmada de mosquitos do género Aedes (Nível 1), deverá ser assegurada a localização e mapeamento, preferencialmente com georreferenciação, de locais onde a existência de criadouros possa constituir um risco para a multiplicação de mosquitos.
Compete às autarquias mapear estruturas públicas e privadas que possam ser locais propícios à existência de criadouros, dispersas em toda a sua área de intervenção. As pessoas envolvidas nas ações de prevenção e controlo vetorial devem usar vestuário que cubra o corpo todo e o uso de repelentes.
A DGS emite ainda recomendações para viajantes que regressem a Portugal vindos de regiões onde os vírus transmitidos por estes mosquitos circulam com frequência. Caso essas pessoas apresentem sintomas sugestivos de doença (como febre, erupção cutânea na pele, dor abdominal), devem contactar a linha SNS24 e mencionar o histórico de viagens.
Com a deteção dos mosquitos na regiões Centro e na região de Lisboa, apenas nos Açores ainda não foi identificada a presença deste mosquito — que, de resto, já foi identificado em vários países europeus, como Itália, França, Malta, Grécia e Espanha.
// Lusa
Como é que mosquitos com origem tropical vem parar a Portugal? Eu tive paludismo mas estive em África dois anos…
São uns pequenos (as) Vampiros requintados , já não se cansam a voar , viajam de Avião e outros meios ; até apanham boleias !