Onde é que uma cópia de segurança da vida na Terra pode ser mantida em segurança, num local fresco e permanentemente escuro, sem necessidade de energia ou manutenção, permitindo-nos potencialmente restaurar organismos em caso de extinção? Na Lua, claro.
Um estudo, publicado recentemente na BioScience, sugere que o melhor local para pôr um backup [cópia de segurança] da vida terrestre é na Lua.
Os investigadores do Smithsonian’s National Zoo & Conservation Biology Institute, propões, no novo estudo, que se construa um biorepositório na Lua como medida contra extinções na Terra.
O local ideal situar-se-ia em regiões escuras e frias dos polos lunares, não requerendo energia ou manutenção para manter amostras biológicas em condições criogénicas, abaixo de -196°C.
Como detalha a New Scientist, o plano tem três objetivos principais:
- salvaguardar a diversidade da vida na Terra;
- proteger espécies que possam ser úteis para a exploração espacial, tais como as que possam fornecer biomateriais para alimentação ou filtração,
- e, por fim, preservar microrganismos que possam um dia ser necessários para a terraformação de outros planetas.
No polo sul lunar, as temperaturas em crateras profundas e sombreadas são ideais para a conservação sem intervenção humana.
Além disso, enterrar as amostras a cerca de dois metros abaixo da superfície também as manteria a salvo da radiação.
Esta proposta surge em resposta aos desafios enfrentados por outros biorrepositórios na Terra, como o Cofre Global de Sementes de Svalbard, na Noruega, construído para estar permanentemente a -18ºC. No entanto, esse local está agora ameaçado pelo aquecimento global.
Andrew Pask, da Universidade de Melbourne, na Austrália, que está a construir um repositório para espécies australianas, disse, à New Scientist, estar entusiasmado com a ideia. “Gostaríamos de ver as nossas amostras noutras instalações para garantir segurança e, nesta altura, a Lua parece ser o local mais seguro“.