O vácuo do Espaço não vai durar para sempre (e acaba muito mais cedo do que pensávamos)

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Uma equipa de investigadores aperfeiçoou o nosso conhecimento sobre a duração do vácuo no Espaço. O cálculo ajustado tem implicações para a nossa compreensão do Universo.

O conceito de “vácuo” no modelo padrão da física de partículas é crucial. O nosso Universo é permeado por campos quânticos, muitos dos quais têm um valor zero. No entanto, um campo, conhecido como o campo de Higgs, não tem.

O campo de Higgs controla a massa de partículas fundamentais como os eletrões e os quarks. Ao contrário de outros campos quânticos, o campo de Higgs tem um valor por defeito acima de zero. Se o valor do campo de Higgs fosse zero, as partículas não teriam massa.

A teoria do decaimento do vácuo do Espaço ocorre se o campo de Higgs passar por um processo chamado tunelamento, que o deslocaria para um estado de energia mais elevado. Esta mudança perturbaria o equilíbrio do Universo, alterando a massa das partículas. É semelhante a uma alteração drástica da gravidade na Terra, que teria efeitos catastróficos em todas as formas de vida habituadas à gravidade atual.

O decaimento do espaço-tempo parece aleatório, mas é regido por uma matemática complexa e por interações entre partículas. O decaimento acontece através do tunelamento quântico, um processo que ocorre a uma taxa minúscula, mas calculável.

Em 2018, físicos forneceram uma estimativa concreta para o período de tempo do decaimento universal devido ao tunelamento quântico: 10^139 anos. Este valor, já de si incrivelmente elevado, foi sendo aperfeiçoado ao longo dos anos seguintes. A última estimativa revista por pares sugere um período de 10^794 anos, um aumento gigante.

Agora, investigadores eslovenos analisaram um coeficiente específico no modelo matemático de decaimento no vácuo relacionado com o campo de Higgs. Este coeficiente envolve o calibre, uma propriedade que afeta os cálculos dos campos quânticos. O estudo foi recentemente pré-publicado no portal arXiv.

De acordo com o Popular Mechanics, os físicos argumentam que este coeficiente foi sobrestimado, levando a uma estimativa global de vida de 10^790 anos – uma redução por um fator de 10 mil, mas ainda assim um tempo quase inimaginavelmente longo.

“O tempo de vida do vácuo continua a ser mais longo do que a idade atual do Universo, e não há motivo para ansiedade”, notaram os investigadores.

ZAP //

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2 Comments

  1. Mais uma teoria que levou uns milhões de € a desenvolver………… Como já estamos a viver a crédito, será que não podiamos solicitar um empréstimo, a um outro planeta mais rico, ou ao banco de tempo do Universo, a pagar em 10 anos a uma taxa indexada?
    Valha-nos o criador!

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