Esta segunda-feira, o Conselho Superior de Defesa Nacional reuniu-se em Belém. Estiveram presentes quase 20 participantes, zero dos quais… eram mulheres. “A defesa da Nação não é assunto para gajas”?.
A última reunião do Conselho Superior de Defesa Nacional fez-se só com homens.
Não é comum, uma vez que a ministra da Administração Interna e a ministra do Ambiente, por inerência do cargo, também têm assento naquele órgão.
No entanto, esta segunda-feira, excecionalmente, as ministras não estiveram.
Ainda assim a quantidade de mulheres do Conselho é muito escasso: há apenas duas mulheres para 17 homens.
O cenário da última reunião reacendeu o debate sobre o papel das mulheres na Defesa e no debate da Defesa da Nação.
A comentadora da RTP Susana Peralta lamentou, de uma forma irónica, a falta de representatividade feminina no Conselho Superior de Defesa Nacional.
“A Defesa da Nação não é assunto para gajas”, escreveu a economista, na rede social X/Twitter.
Reunião hoje em Belém do Conselho Superior de Defesa Nacional.
A Defesa da Nação não é assunto para gajas. pic.twitter.com/gB1jOoGq3M
— Susana Peralta (@speraltalisboa) July 8, 2024
Faltam mesmo “gajas” na Defesa
Portugal só permitiu a integração de mulheres da Força Aérea em 1991 e na Marinha e Exército em 1992.
Dada a demora em chegar ao topo da carreira (pelo menos, 25 anos), só em 2018 é que uma mulher chegou a general nas Forças de Armadas. Foi a médica cirurgiã Regina Mateus, na Força Aérea.
À CNN Portugal, a militar (atualmente na reserva) acredita que é “uma questão de tempo” até que apareçam muitas mais mulheres nas fotos do Conselho Superior de Defesa Nacional.
De acordo com a mesma cadeia televisiva, dos cerca de 23.400 militares efetivos das Forças Armadas, apenas 15% são mulheres (perto de 3.500).
No entanto, há apenas cinco generais: quatro na Força Aérea, e uma na Marinha. Por seu turno, o Exército não tem ainda nenhuma militar no topo.
Em declarações à CNN, Helena Carreiras, antiga ministra da Defesa, destaca a importância de aumentar o número de mulheres nestes ramos. No entanto, alertou que isso pode não ser suficiente: “É preciso completar com políticas que reduzam desigualdades”.
A ex-governante apontou também o ambiente predominantemente masculino existente nas Forças Armadas.
Nas operações no terreno, a percentagem de militares do sexo feminino é de apenas 9,5%, de acordo com um relatório da NATO de 2020.
As pessoas devem ter lugar num concelho destes, não pelo que têem no meio das pernas. Mas pelo seu conhecimento.
Se vão numa de percentagem representativa…apenas irão convidar a presença de pessoas medíocres.
Quando houver mulheres para estar presente no concelho superior da defesa nacional. Ela estarão presentes, pelo seu conhecimento e dedicação e não por percentagem.