Tocar na “Mona Lisa” de Leonardo da Vinci é um privilégio a que os cegos têm direito no Museu do Prado, em Madrid. Isto graças à tecnologia e a versões a três dimensões de pinturas seleccionadas.
“Tocando o Prado” é uma exposição especial, onde o Museu do Prado oferece àqueles que não vêem ou que têm visão limitada a possibilidade de criarem uma imagem mental das pinturas, sentindo-as. Para isso, são expostos quadros de três dimensões de pinturas seleccionadas, feitos a partir de uma tecnologia de impressão desenvolvida por uma empresa de Bilbao, a Estudios Durero.
O processo começa com fotografias de alta resolução das pinturas, seguindo-se a criação da impressão com uma tinta especial e um processo químico, com a adição de luz ultra-violenta, para acrescentar volume às imagens.
Cada uma destas versões de pinturas famosas custa um pouco mais de seis mil euros.
Nesta exposição que decorre até 28 de Junho, estão em exibição a “Mona Lisa” de Leonardo Da Vinci, “O guarda-sol” de Goya, “A Forja de Vulcano” de Velázquez, “Não me toques” de Correggio, “Um homem nobre com a mão no seu peito” de El Greco e uma natureza morta de Der Hamen y León.
Além das versões 3D das pinturas, são ainda disponibilizados aos visitantes materiais didácticos como textos escritos em braille, guias audio e óculos opacos.
“Tocando o Prado” é uma das iniciativas mais marcantes e mais inovadoras, em termos da disponibilização do acesso à arte para cegos. Outros Museus organizam regularmente actividades para pessoas que não conseguem ver, mas nunca nenhum tinha ido tão longe.
Este projecto do Museu do Prado contou com a colaboração da ONCE, a associação nacional de cegos espanhola.
ZAP