Cientistas descobrem forma de cancro endometrial de alto risco (e como testá-lo) – usando IA

A descoberta dos investigadores da Universidade da Colúmbia Britânica promete melhorar o tratamento de pacientes com cancro do endométrio.

Utilizando a Inteligência Artificial (IA) para detetar padrões em milhares de imagens de células cancerígenas, os investigadores identificaram um subconjunto de cancro do endométrio que coloca os pacientes em risco muito maior de recorrência e morte, mas que passaria despercebido pelo diagnóstico molecular.

O mais recente estudo baseia-se no trabalho de uma colaboração multi-institucional entre vários institutos que, em 2013, ajudaram a provar que o cancro endometrial pode ser classificado em quatro subtipos com base nas características moleculares das células cancerígenas, sendo que cada um representa um nível diferente de risco para os pacientes.

Foi então que os cientistas da Universidade da Colúmbia Britânica decidiram desenvolver uma ferramenta inovadora de diagnóstico molecular, chamada ProMiSE, capaz de discernir com precisão esses subtipos.

No entanto, o subtipo molecular mais comum, que abrange aproximadamente 50% de todos os casos, é uma categoria abrangente para cancros do endométrio sem características moleculares discerníveis.

“Há pacientes nesta categoria que apresentam resultados extremamente bons e outros cujos resultados oncológicos são altamente desfavoráveis. Contudo, até agora, não tínhamos ferramentas para identificar as pessoas em risco”, explicou a investigadora Jessica McAlpine.

Para colmatar esta falha, a sua equipa criou um modelo de IA de aprendizagem profunda que analisa imagens de amostras de tecidos. A tecnologia foi treinada para diferenciar diferentes subtipos e, depois de analisar mais de 2.300 imagens de tecidos cancerígenos, identificou o novo subgrupo que apresentava taxas de sobrevivência muito inferiores.

A equipa está agora a explorar de que forma a ferramenta de Inteligência Artificial poderia ser integrada na prática clínica juntamente com os diagnósticos moleculares e patológicos tradicionais, graças a uma bolsa do Terry Fox Research Institute.

O artigo científico com os resultados foi publicado na Nature Communications.

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