O Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou hoje que vai convocar eleições legislativas antecipadas na sequência dos resultados das eleições europeias, ganhas de forma destacada pelo partido de extrema-direita União Nacional.
A União Nacional (Rassemblement National, RN), de Marine le Pen, venceu hoje as europeias em França com 31,5% dos votos, segundo os primeiros resultados anunciados hoje pelo Parlamento Europeu (PE).
Em segundo lugar, depois da RN (extrema-direita), ficou a coligação encabeçada pelo partido do Presidente Emmanuel Macron, Renascença, com 15,2% e pela dos socialistas (14%), segundo as primeiras estimativa do PE.
Na sequência dos resultados eleitorais, o presidente Macron anunciou que vai convocar eleições legislativas antecipadas, para “devolver a palavra aos cidadãos”.
“Não posso fingir que nada aconteceu“, justificou Macron, numa declaração a partir do Palácio do Eliseu, após serem anunciadas as projeções de resultados que dão a coligação encabeçada pelo partido do Presidente, Renascença, com 15,2% e a União Nacional (Rassemblement National, RN na sigla francesa), de Marine le Pen, com 31,5%.
“Após ter efetuado as consultas previstas no artigo 12º da nossa Constituição, decidi devolver-vos a escolha do nosso futuro parlamentar através do voto”, disse Macron.
“Dentro de alguns instantes, assinarei o decreto de convocação das eleições legislativas, que se realizarão a 30 de junho para a primeira volta e a 7 de julho para a segunda”, acrescentou.
O presidente da RN, Jordan Bardella, considerou após a divulgação destes números que “o Presidente da República não pode ficar surdo a esta mensagem”.
“O fosso sem precedentes entre a maioria presidencial e o principal partido da oposição reflecte, esta noite, um repúdio e uma rejeição clara da política conduzida por Emmanuel Macron e pelo seu governo”, desafiando “solenemente” ao Chefe de Estado que dissolvesse a Assembleia Nacional.
Apoiantes de Macron conformados; “futuro incerto”
Militantes do partido do Presidente francês mostram-se conformados com a decisão de Emmanuel Macron de dissolver o Parlamento, após a clara derrota para a União Nacional (extrema-direita) nas eleições europeias, que deixam o país com “futuro incerto”.
Para Loïc, de 24 anos, com novas eleições no final de junho e a extrema-direita a ganhar força o futuro é complicado, mas “em todo o caso, uma mudança estava destinada” nas eleições presidenciais de 2027, em que Emmanuel Macron não se candidataria por atingir o limite de dois mandatos.
“Acho que é uma coisa boa para a democracia, ou seja, a França não se limita a ter duas eleições por ano e ouve as pessoas e os resultados”, afirmou Loïc à Lusa.
“É preciso ouvir outras opiniões primeiro e, se tivermos de conseguir viver com elas, é agora”, com a convocação de eleições legislativas antecipadas, adiantou o jovem apoiante do partido Renascimento.
Já Morgane, de 25 anos, “não estava à espera de um anúncio do Presidente da República esta noite”, referindo à Lusa que tem “toda a confiança na boa decisão de Macron”. Assim, “as pessoas têm uma oportunidade de se exprimirem, mais uma vez, para constituir um novo Parlamento”.
“Estamos a viver tempos conturbados e é importante regressar aos nossos valores republicanos, ter confiança nas escolhas com que nos comprometemos”, disse Morgane. “O futuro da França é bastante incerto e vai depender muito da escolha feita pelos franceses a 30 de junho”, data da primeira volta das eleições presidenciais.
“É verdade que é uma decisão lógica, tendo em conta a ascensão da extrema-direita nestas eleições, e (…) é certamente a melhor decisão que poderíamos ter tomado neste momento”, disse à Lusa um outro militante da coligação liderada pelo partido de Macron, A Europa é Precisa, que não se quis identificar.
Durante o anúncio da primeira projeção, os cerca de 300 militantes do partido reunidos na Maison de la Mutualité, em Paris, reagiram num misto de surpresa e contestação à projeção que ditou o segundo lugar para a principal candidata, Valérie Hayer, nas eleições europeias, e a vitória da extrema-direita.
As palmas iniciais foram depressa substituídas por expressões de desagrado, ao verem as projeções que ditaram o segundo lugar para o partido, com 15,2% dos votos, contra 32,4% do partido de extrema-direita União Nacional (RN, sigla em francês), liderado por Jordan Bardella.
“É uma catástrofe“, disse uma militante à Lusa, que não quis ser identificada, acrescentando ter “esperança que este não fosse o resultado”, após as primeiras projeções do canal TF1 ficarem visíveis em dois grandes ecrãs.
“Eu sou pró-europeia e sinto-me mal pela minha Europa, já não reconheço o meu país”, disse à Lusa Claire, de 33 anos, referindo estar desiludida, já que o Presidente francês é “pró-Europa” e que, por isso, não percebe a escolha da França nestas eleições.
Estas eleições europeias são vistas em França como uma antecipação para as presidenciais de 2027, com votos de protesto contra Macron, com impacto futuro na composição do parlamento francês.
Após estes resultados, irão iniciar-se as negociações para a constituição dos grupos políticos, que poderão prolongar-se até à primeira sessão plenária do Parlamento Europeu.
ZAP // Lusa
Força gauleses!
Sem pen(a), arrasem essa coisa sem valor, a 30 de Junho!
Ofereçam -lhe um bilhete de ida sem regresso.
Aleluia. Macron paga o preço.
Quem vai pagar, como sempre, são os Franceses. Espera pouco!
Só ficou surpreso com este resultado, quem não está atento à politica Francesa dos últimos 10 anos. Era uma questão de tempo!
Importa agora dissecar as razões que levaram os Franceses (e já tinham levado os Italianos e os Americanos a votar no Trump, etc, etc…), a votar tão à direita. Vejam o caso Português. Nós somos a França à 10/15 anos atrás!!
Quanto às razões, não precisam procurar muito: O completo descrédito dos políticos de carreira e do «politicamente correto» junto dos cidadão e as pressões migratórias.
Estamos fartos de políticos que em vez de representarem o nosso modo de vida e o nosso pensamento, nos dizem como e o que pensar.
Vamos pôr o dedo na ferida? Bora!
– Imigração sem regras. Está visto que ninguém gosta desta politica da «porta aberta». Nem aos PALOP!! Querem vir, cumprem regras (contrato de trabalho, etc…) como os restantes.
– Minorias raciais que são verdadeiros peritos no que toca a direitos mas que desconhecem a existência de qualquer dever, por mais elementar que seja.
– O wokismo, racial e sexual que importamos dos EUA. Vejam o exemplo do pateta do Marcelo e das «restituições»…
Estas 3 coisas muito simples, vão eleger, muito em breve, Le Pen em França (provavelmente já nas próximas eleições) e nos prazo de 2 eleições legislativas, vão levar o André Ventura a 1º Ministro em Portugal.
Escrevam o que eu digo!