O suspeito, português, terá confessado que se envolveu em confrontos físicos com cidadãos estrangeiros nas últimas semanas. Disse estar revoltado com eles por serem antissociais para com os portugueses.
O homem de 26 anos que foi detido após as agressões a dois imigrantes marroquinos na passada madrugada de sexta-feira, no Porto, confessou à Polícia Judiciária (PJ) que o ataque teve motivações racistas, de acordo com informações recolhidas esta terça-feira pelo Jornal de Notícias.
O suspeito, português e com antecedentes criminais por agressão e furto, confessou também que se envolveu em múltiplos confrontos físicos com cidadãos argelinos e marroquinos nas últimas semanas. Disse estar revoltado com a comunidade estrangeira, que diz terem comportamentos antissociais para com os portugueses e culpa por vários assaltos e outros crimes que têm tido lugar no Porto.
Estava na posse de um bastão extensível e de uma balaclava quando foi detido em Gondomar, minutos depois do violento ataque. Por ser uma arma proibida, a polícia prosseguiu à sua detenção. O homem ficou em prisão preventiva por estar a cumprir pena suspensa de cinco anos de prisão por crimes semelhantes.
Pelo menos um dos identificados tem garantidamente ligações ao Grupo 1143, liderado pelo skinhead português Mário Machado, que já veio negar qualquer envolvimento com o caso.
Três ataques em duas horas
Tudo aconteceu na madrugada de sexta-feira, em três locais diferentes e no espaço de três horas. A primeira agressão ocorreu por volta da 01h00 no Campo 24 de Agosto, quando um grupo de quatro ou cinco homens armados com tacos de basebol atacou dois imigrantes argelinos.
Cerca de 10 minutos mais tarde, na Rua do Bonfim, 10 imigrantes, alegadamente cidadãos de origem magrebina, foram atacados na sua habitação, por um grupo de 10 homens munidos com paus e por uma arma de fogo.
“Estávamos a dormir, quando bateram à porta. Gritavam para a abrir e acabaram por rebentá-la. Depois, destruíram tudo. Fechámo-nos à chave nos quartos, mas também partiram as portas”, descreveu ao JN Lakehal Zakaria, um dos inquilinos agredidos.
“Ao mesmo tempo que nos batiam, diziam que não estávamos a fazer nada em Portugal, que tínhamos de regressar ao nosso país”, disse. As imagens são chocantes.
Já por volta das 03:00, na Rua Fernandes Tomás, outro imigrante, marroquino, foi também agredido junto de um restaurante de kebab por outros suspeitos armados com bastões, sendo que um deles usava uma arma de fogo.
O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, que considerou o o ataque “muito preocupante” e “absolutamente inaceitável” culpou a Agência para a Integração Migrações e Asilo (AIMA), substituta do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) por “nada” ter feito pelo Porto desde que iniciou funções.
Apelo para violação de mulheres de esquerda. Mário Machado conhece sentença esta terça-feira
O militante neonazi Mário Machado conhece esta terça-feira a sentença no processo em que é acusado de incitamento ao ódio e à violência contra mulheres de esquerda em publicações nas redes sociais que visavam a dirigente do MAS, Renata Cambra.
A sentença será lida pelas 15:30 no Juízo Local Criminal de Lisboa, no Campus de Justiça, depois de em abril, nas alegações finais, o Ministério Público (MP) ter pedido uma pena de prisão efetiva para Machado.
Sobre o outro arguido no processo, Ricardo Pais, acusado do mesmo crime por mensagens no antigo Twitter (atual X) em que apelava para a violação de mulheres de esquerda, o MP considerou na sessão desta terça-feira “equacionar a pena suspensa”, por não ter antecedentes criminais.
Em causa neste julgamento estão mensagens publicadas no então Twitter atribuídas a Mário Machado e Ricardo Pais em que estes apelavam para a “prostituição forçada” das mulheres dos partidos de esquerda, e que visaram em particular a professora e dirigente do Movimento Alternativa Socialista (MAS) Renata Cambra.
O MP entende que os “arguidos têm de ser condenados”, salientando que a pena suspensa de Ricardo Pais pode ir dos seis meses aos cinco anos de prisão.
Para Mário Machado, é defendido que seja condenado a uma pena efetiva superior a seis meses por reincidência.
No tribunal, Garcia Pereira, mandatário de Renata Cambra, defendeu a pena de prisão efetiva para os dois arguidos, considerando terem tido uma “conduta ameaçadora” que “ultrapassa todos os limites do socialmente aceitável”.
Garcia Pereira acusou ainda Mário Machado e Ricardo Pais de “falta de coragem de confessar a autoria” das publicações no Twitter.
Espero que as pessoas que votaram no Chega (e não me refiro aos cães de fila que já aqui vêm a caminho) pensem bem se é nesta gente que se revêm e se é este o clima de guerrilha que querem em Portugal.
Uma coisa é haver problemas por resolver, outra é incentivar o ódio, querer solucionar o que quer que seja com base na violência e apoiarem partidos que são apoiados por racistas.
Se todos entrássemos por este caminho o resultado será guerra civil.
Uma coisa é certa: não digam que estes portugueses não são racistas.
É óbvio que são e que, por isso, estão a mais, como qualquer português ou estrangeiro que pratique violência ou a incentive.
Isto não é Portugueses contra estrangeiros.
São tão criminosos os que roubam e assaltam como aqueles que os atacam. O destino de ambos só pode ser um que é atrás das grades.
Entrarmos em casa seja de quem for é lançar gasolina na fogueira.
É o que Venturas, Frazões ou 1143s pretendem: lançar a confusão para se armarem em salvadores da pátria.
Votei chega com orgulho, e vou continuar a votar. Também condeno estes e outros atos. Vem um cão de caça, incendiar e confundir os que comem gelados com a testa, e com direito votam onde querem (BE, PS, PS2, …). Viva a liberdade. Tenha juízo com as suas interpretações imbecis!
Gente com estas motivações (Aliados do Mal) sempre os houve e muitos!
A questão é que como cobardes que são, não tinham (tem) coragem de se mostrar individualmente!
Só que entretanto apareceu o Chega, que os acolhe e lhe dá voz…
E o paradoxo disto, é que eles só existem porque vivem com gente democrática, porque se vivessem numa Ditadura,
(como eles gostariam), alguém se encarregaria de os fazer desaparecer no Alto Mar amarrados a um pedregulho…
Não confundamos xenofobia com racismo. Ambos são manifestações de estupidez, mas o racismo consegue ser ainda mais odioso.