Marcelo Rebelo de Sousa reuniu esta quarta-feira um amplo consenso: da extrema esquerda à extrema-direita, do preconceito, discriminação e classismo à traição à pátria, todos acham que esteve muito mal.
Bloco, Livre e PAN consideraram hoje que o Presidente da República deveria retratar-se das declarações que fez sobre o atual e anterior primeiros-ministros.
O Chega, por seu turno, acusou-o de “traição à pátria” ao falar da História de Portugal.
Estas posições foram transmitidas aos jornalistas, na Assembleia da República, em reação a recentes palavras proferidas por Marcelo Rebelo de Sousa na terça-feira, durante um jantar com jornalistas da Associação de Imprensa Estrangeira em Lisboa.
No jantar em causa, Marcelo Rebelo de Sousa assumiu a culpa de Portugal pelos crimes cometidos durante o comércio transatlântico de escravos e a era colonial e sugere que o país tem de “pagar os custos” da escravatura e dos crimes coloniais.
Sobre Luís Montenegro, o presidente terá dito que “é uma pessoa que vem de um país profundo, urbano-rural, com comportamentos rurais. É muito curioso, difícil de entender, precisamente por causa disso. Agora, é completamente independente, não influenciável e improvisador”.
“António Costa era lento, por ser oriental. Montenegro não é oriental, mas é lento, tem o tempo do país rural, embora urbanizado”, terá acrescentado Marcelo Rebelo de Sousa.
Os presidentes dos grupos parlamentares do PSD, Hugo Soares, e do PS, Alexandra Leitão, recusaram-se a comentar, apesar de o chefe de Estado ter feito referências a Luís Montenegro e a António Costa. A mesma opção seguida por PSD e PS teve o deputado do PCP António Filipe.
Já a coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, a líder parlamentar do Livre, Isabel Mendes Lopes, e a deputada do PAN Inês Sousa Real lamentaram sobretudo as referências “de mau gosto e preconceituosas” de Marcelo Rebelo de Sousa sobre ruralidade que atribuiu a Luís Montenegro, e também sobre a alegada influência “oriental” na conduta pessoal de António Costa.
André Ventura manifestou-se estupefacto com estas palavras de Marcelo Rebelo de Sousa em relação ao atual e anterior primeiros-ministros. Mas, da intervenção do chefe de Estado perante a Associação de Imprensa Estrangeira, condenou principalmente a posição sobre colonialismo e escravatura na História de Portugal.
Para Ventura, esta posição “configura uma traição à pátria”. E foi mesmo ao ponto de dizer que “pediria a destituição” do chefe de Estado, “se isso fosse possível” no plano constitucional em Portugal.
“O Presidente da República quase que pediu desculpa pelo nosso passado e assistiu-se à imprensa do mundo inteiro a exultar com estas declarações. Esta foi uma traição profunda nos 50 anos do 25 de Abril, uma traição profunda àqueles que lutaram”, acusou.
“Lamento mesmo muito que o Presidente da República, agitando as águas, traga este tema tão divisivo, que ele quis criar e projetar na sociedade portuguesa”, acrescentou.
O presidente do Chega fez também uma alusão sobre saúde mental: “Penso que o Presidente estará bem a nível de faculdades, não vou pôr isso em causa e quero acreditar que o disse com consciência e com precisão”.
“Estas declarações não são uma tontice, são uma traição à pátria“, reforçou.
Esta sexta-feira, o Presidente da República confirmou as afirmações que lhe foram atribuídas, mas considerou que não fez apreciações ofensivas e que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, “vai surpreender”.
No entanto, na perspetiva de Mariana Mortágua, as palavras de Marcelo Rebelo de Sousa “não estão à altura do cargo que ocupa“, revelaram “preconceito em relação ao mundo rural”, tendo usado “expressões que manifestam classismo“.
“Era muito importante que o Presidente da República se pudesse retratar. Não foi só uma questão de mau gosto, não é só uma má forma de expressar a relação entre o Presidente da República e o chefe do Governo, é também uma manifestação de preconceito, de discriminação e de classismo“, acentuou.
Isabel Mendes Lopes, líder parlamentar do Livre, manifestou-se chocada com as declarações vindas a público do Presidente da República.
“Lembramos que o Presidente da República representa a unidade do país, representa todas as pessoas em Portugal, todos os portugueses, de norte a sul, do oriente ao ocidente, da ruralidade ao litoral”, realçou.
“Por isso, choca-nos que estas declarações tenham sido proferidas, já que servem para alimentar preconceitos – e não pode acontecer o Presidente da República alimentar preconceitos e contribuir para uma polarização maior da sociedade portuguesa”, declarou a deputada do Livre.
Para a deputada do PAN Inês de Sousa Real as palavras do chefe de Estado foram infelizes”, destacando as adjetivações de que foram alvo não só o atual primeiro-ministro como o ex-primeiro-ministro.
“O Presidente da República deve representar todas e a todos, independentemente de pertencermos ao meio urbano ou rural, ou independentemente da nossa origem, em particular, no caso, fazendo referências a quem é do oriente. Para o PAN, é fundamental que possamos promover um maior respeito interinstitucional e, nesse sentido, não podemos deixar de repudiar as declarações”, afirmou.
ZAP // Lusa
“António Costa era lento, por ser oriental. Montenegro não é oriental, mas é lento, tem o tempo do país rural, embora urbanizado” “Racismo consiste no preconceito e na discriminação com base em percepções sociais baseadas em diferenças biológicas entre pessoas e povos” Marcelo EXPLICA TE
Esses tolos do chega não se cansam de fazer papel de parvos?
Nesta sexta feira? Qual?? Para mim ainda estamos numa quinta feira.
Caro leitor,
Obrigado pelo reparo, está corrigido.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, não deve andar bem de saúde.
Este segundo mandato tem sido um desastre e então quando fala o País treme.
Mas não deixa de ter razão quanto a indemnizar as ex-colónias pelo que Portugal e os seus representantes lá fizeram. Nestes encontrar-se-á um Baltazar Rebelo de Sousa, que também devia responder solidariamente com o Estado português. E esta responsabilidade solidária também deveria chegar aos seus herdeiros, entre os quais o atual Presidente da República, pois não se herdam só créditos, mas também débitos.
A ver vamos.
Onde é que o Reino Unido indeminizou algum estado por Colonianismo ? Ou a Holanda ? Ou a Espanha ? É o mesmo que um país ou nação invadir outro e a seguir vai indeminizá-lo ? São ações ou actos de um Governo vigente que outros – no Futuro – não podem ser responsabilizados. Claro que o Presidente da República continua a achar que ” o fato que melhor lhe cai ” é o do comentador, só quer falar e, de preferência, com muitos microfones. Chega a ser ridículo! Não sabe e não quer estar calado. Estas últimas declarações ao actual 1ºministro Luis Montenegro e ao ex- 1º ministro António Costa são opiniões dele que as devia ter guardado, e não proclamar aos quatro ventos.
Pronto …..lá vai o nosso Marcelo fazer a vontade ao Ventura ……………vai pedir a alguém que lhe tire uma foto !
Pela ordem de ideias do Rebelo…, chegou a altura de Portugal pedir uma recompensacao monetaria aos Franceses por o Napoleao ter invadido Portugal.