Hugo Soares acredita “genuinamente” que o PS não vai chumbar o Orçamento do Estado

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Manuel de Almeida / Lusa

Hugo Soares, líder parlamentar do PSD

Secretário-geral do PSD afasta a “fezada”, apesar das declarações persistentes de Pedro Nuno Santos no sentido contrário.

Pedro Nuno Santos já repetiu que é “praticamente impossível” o PS deixar passar um Orçamento do Estado que o Governo vai apresentar. Porque vai contra as ideias socialistas.

Mesmo assim, o secretário-geral do PSD acredita que o PS vai abster-se na votação do documento.

“Genuinamente acredito. Genuinamente acredito. Acho que se pode construir em cima disso. Não, não é uma fezada”, comentou Hugo Soares, na rádio Observador.

O líder parlamentar do PSD acha que o “espaço político e mediatizado estão de facto transformados em coisas que as pessoas não dizem e que depois colocam perguntas sobre aquilo que as pessoas não dizem”.

Salientou esse pensamento em dois contextos.

Primeiro, assegura que Luís Montenegro nunca disse que o PS está obrigado a viabilizar o Orçamento do Estado. O que o primeiro-ministro quis dizer foi: “Meus senhores, este é o meu Programa do Governo. Se alguém entender que não o devo executar, faça favor e aprove as moções de rejeição e o Governo não inicia sequer as suas funções. Se assim não entenderem, este Governo só cai com uma moção de censura”.

Segundo, em relação a palavras do Pedro Nuno Santos. O secretário-geral do PS disse que é “praticamente impossível” viabilizar o Orçamento do Estado da AD. “É importante sermos claros no discurso. Pedro Nuno Santos deixou sempre uma margem para aprovar o Orçamento do Estado. Vamos trabalhar nessa margem”.

E essa margem será trabalhada, não só com o PS, mas também com o Chega, comentou Hugo Soares, que lembrou que André Ventura já disse que está aberto a negociar a aprovação do Orçamento.

Mas o líder parlamentar do PSD rejeita a “ideia peregrina” de que o Governo deve negociar o seu programa: “Não faz sentido. Isso nunca aconteceu. Ouvir os partidos da oposição queixarem-se que não negociaram o programa eleitoral, como se fossem eles aderir ao programa eleitoral”.

As 60 medidas de outros partidos incluídas no programa foram explicadas: “O que o Governo fez, e a meu ver bem, foi olhar para os programas eleitorais dos restantes partidos, ver um conjunto de medidas que faz sentido adotar e dizer assim: quero dizer ao país que também acolhemos as ideias dos outros. Porquê? Porque nós não temos o monopólio das melhores ideias”.

E aponta para uma “jogada política” por parte da oposição: “Querer que o Governo apresente um orçamento retificativo com aquilo que a oposição acha que as pessoas vão gostar, e não aprovarem um orçamento do Estado porque acham disso vai depender a continuidade do Governo. Estão com medo de quê, afinal? Vamos a isso. Estão com medo de quê?”

ZAP //

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