“Foi uma verdadeira loucura” esta segunda-feira. Milhões de pessoas em euforia assistiram ao eclipse solar total em várias partes do mundo. Veja as imagens do fenómeno.
Um raro eclipse solar total começou esta segunda-feira na costa oeste do México, dando início a um evento celestial aguardado por milhões de pessoas.
A NASA transmitiu um vídeo ao vivo com imagens do telescópio e comentários de especialistas. Os principais canais norte-americanos de notícias, como a CNN ou Fox News, também transmitiram uma programação especial.
No início, a borda da Lua parecia estar apenas a tocar no Sol. Depois, “devorou-o” cada vez mais, até que se ouviram aplausos quando tudo finalmente ficou escuro — exceto o brilho prateado da coroa do Sol à volta do contorno da Lua.
“Não pensei que fosse assim”, disse à BBC uma menina de 11 anos no Texas. “Estava mesmo escuro lá fora. Pensei que seria como o anoitecer, mas estava quase escuro como breu”. A temperatura desceu subitamente e, tal como lhe tinham ensinado, os animais calaram-se.
“Quando começou a ficar mais claro, os grilos estavam lá e os pássaros começaram a cantar. Foi uma verdadeira loucura”, conta: “Estou triste por ter acabado”.
O eclipse também foi admirado do ar: algumas companhias aéreas planearam voos para o momento de escuridão, sendo que os bilhetes esgotaram.
A NASA planeou o lançamento de três pequenos foguetes de sondagem antes, durante e logo após o eclipse, desde Virgínia, no leste dos EUA. O objetivo foi medir as alterações causadas pela escuridão na parte superior da atmosfera terrestre.
A coroa solar, a camada externa da atmosfera do Sol, torna-se particularmente visível durante um eclipse. Foi observado com atenção, pois é aqui que ocorrem as erupções solares. A estrela da Terra está atualmente perto do seu pico de atividade (ao contrário de 2017).
Multidão em euforia
A “febre” do eclipse atingiu o México, EUA e Canadá, com a passagem da Lua na frente do Sol a bloquear a luz do dia. Para os lados de Portugal, só uma região foi capaz de assistir, parcialmente, ao fenómeno: os Açores.
Entre os locais emblemáticos onde o eclipse foi visível estão as Cataratas do Niágara, onde o espetáculo trouxe a maior afluência de sempre ao local turístico — mais de 1 milhão de pessoas.
Do lado canadiano, a região chegou a declarar “estado de emergência” para melhor lidar com o fluxo de visitantes.
Dallas, Indianápolis e Cleveland estão no caminho do eclipse total, com os hotéis nestas regiões a estarem lotados há meses. As escolas tiveram que fechar para a ocasião e até casamentos coletivos foram planeados para este evento.
Em Arkansas, 300 casais de todo o país inscreveram-se dar o nó, dizendo “sim” mesmo antes de o céu ficar negro.
Todos têm oportunidade
O Sol é cerca de 400 vezes maior que a Lua, mas também está 400 vezes mais distante, e ambos parecem, portanto, ter um tamanho semelhante.
Quase todas as pessoas na América do Norte têm pelo menos um eclipse parcial garantido, caso as condições meteorológicas permitam a sua visualização.
Só nos EUA, mais de 30 milhões de pessoas vivem na área onde o eclipse total foi visível, com duração máxima de alguns minutos, segundo a agência espacial norte-americana (NASA).
O evento representa uma oportunidade económica para muitas regiões que recebem uma afluência de turistas, mas também para os cientistas que estudam o Sol.
O próximo eclipse total visível nos EUA (excluindo o Alasca) ocorrerá em 2044. Antes disso, um eclipse total ocorrerá na Espanha, em 2026.
ZAP // Lusa